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Na Tua Palavra |
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D. Nuno Brás
Fé cristã e ciência
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É claro que, por si mesmas, fé cristã e ciência não se contradizem. Como é que Deus e o caminho para O encontrar poderiam entrar em contradição com o estudo da realidade que Ele criou?
Aliás, a ciência como realidade sistemática e teorizada nasceu e deu frutos na civilização ocidental cristã. Galileu (habitualmente apontado como “pai do pensamento científico” e olhado por tantos como exemplo de contradição entre fé e ciência) era um cristão de fé firme. Foi do ocidente cristão que a ciência foi exportada para os demais continentes (nas outras civilizações existiram “cientistas”, mas não um modo sistemático e organizado de “fazer ciência”).
Fé cristã e ciência não se contradizem porque seja o crente seja o cientista procuram “a lógica” do mundo – aquela lógica que o evangelho de S. João diz que se fez Homem e habitou entre nós em Jesus de Nazaré (Jo 1,14): ou seja, que deixou de ser um conceito para ser uma pessoa, um Homem. O cientista cristão encontrou esse “Logos”: foi-lhe dado na fé como resposta última e definitiva; mas continua a procurá-lo e a encontrá-lo em cada experiência, em cada hipótese que procura demonstrar. A Verdade é-nos oferecida para que a conheçamos e reconheçamos em cada situação da nossa vida.
Qual é, então, a fonte dos problemas que, não raras vezes, surgem? Existem duas causas, a que podemos dar o nome de “cientismo” e de “fideísmo”.
No “cientismo”, o homem de ciência (que estuda o “como”, a lógica dos processos e dos acontecimentos) pensa que sabe tudo acerca da realidade e elabora um sistema de dogmas dentro do qual todos são obrigados a viver. O saber humano transforma-se numa realidade opressora da vida e da fé.
No “fideísmo”, por seu lado, a fé nega à razão humana (e, portanto, à ciência) a capacidade para conhecer e reconhecer a verdade. É o domínio do sentimento cego, em que o pensamento humano e as suas capacidades são colocados fora da própria salvação.
A razão humana, longe de ser uma realidade “diabólica”, é antes uma capacidade que o próprio Deus nos deu para chegarmos ao Seu conhecimento. Não é o único modo de conhecer, nem nos descobre o todo da realidade, mas não pode ser ignorada. A fé é, também ela, um modo de conhecer, e não menos importante: é conhecer e viver a partir de Deus. Fé e razão são apenas dois modos essenciais de procurarmos e caminharmos em direcção à Verdade. Mais do que colocá-las em contradição, importa que ambas nos ajudem a conhecer o Deus criador e salvador, nosso e de toda a realidade que nos cerca.
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