Na Tua Palavra |
D. Nuno Brás
Democratas?

Vários blogs de notícias davam há dias conta de um discurso da senhora Hillary Clinton, proferido no passado dia 24 de abril, durante a VI cimeira anual “Mulheres no Mundo”, no Lincon Center, em Manhattan. A um dado momento afirmava a possível candidata à Casa Branca pelo Partido Democrata: “Os códigos culturais profundamente arraigados, as crenças religiosas e as fobias estruturais têm que ser modificadas. Os governos devem usar os seus recursos coercivos para redefinir os dogmas religiosos tradicionais”.

Devo dizer que não me surpreendem estas afirmações. Não me surpreende a sua “democraticidade” (os governos devem usar a força coerciva contra as religiões que não pensem como a senhora Clinton), nem me surpreende o seu conteúdo (os dogmas tradicionais devem ser redefinidos). Não me surpreende porque se trata simplesmente de afirmar com clareza aquilo que, desde há décadas a esta parte tem sido a estratégia escondida mas real de muitos governos e organizações internacionais provenientes da área política de Hillary Clinton, e que encontramos expresso no “politicamente correcto”, propagandeado aos quatro ventos e transformado em modo correcto de pensar e viver.

Em Portugal já conhecemos as duas estratégias. Já a vimos em ação durante a I República, quando Afonso Costa fez publicar a chamada “Lei da Separação” entre a Igreja e o Estado, mas que não passava de uma tentativa de determinar a vida da Igreja ainda mais que os últimos anos da monarquia, com uma perseguição clara a tudo quanto fosse católico. E nos anos que se seguiram vários foram os governos (alguns bem mais próximos de nós no tempo) que de um modo ou de outro foram usando a sua influência para determinar não apenas a presença mas também o próprio conteúdo da fé, particularmente quando esta se manifesta publicamente.

Até pouco, parecia que a velha perseguição irracional dos inícios do século XX já tinha acabado. Afinal, aquela que é uma possível Presidente dos Estados Unidos (ela e, desconfio, tantos outros) ainda não a esqueceu como possibilidade a ser usada.

Como é óbvio, estes “democratas” dirão sempre que todos têm o direito a pensar de modo diferente. Mas, secretamente, existe neles uma ressalva mental que se manifesta também no seu agir: os outros têm todos os direitos desde que pensem e queiram viver como eles.

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