Editorial |
P. Nuno Rosário Fernandes
Humor com santidade
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Esta semana, o Papa Francisco, num discurso a sacerdotes, afirmava – para além das habituais recomendações sobre o modo como o sacerdote deve assumir o ser pastor –, que é preciso ter alegria e sentido de humor. “Com a alegria, está junto o sentido de humor. Não se gosta de um padre que não tenha sentido de humor. Alguma coisa não está bem. Imitem aqueles grandes padres que riem dos outros, de si mesmos e até da própria sombra: o sentido de humor é uma das características da santidade, como referi na Exortação Apostólica sobre a Santidade, Gaudete et exultate.”

Fiquei a pensar nesta afirmação do Santo Padre, sobretudo porque muitas vezes as nossas vidas podem dar a entender uma ideia errada sobre o que somos, e como vivemos o nosso ministério de padres. A vida do padre não é sombria, ainda que, muitas vezes, e sobretudo fora da Igreja, possam olhar para nós com desconfiança. O padre pode ser alegre, rir, ter sentido de humor, sem que isso o afaste da centralidade do seu ministério que é a vida de Cristo, assumida em si próprio. Até porque Jesus Cristo também era alegre e procurou transmitir essa alegria dando alegria aos outros.

Por isso, acredito que o melhor testemunho que podemos dar é, de facto, o dessa alegria vivida no dia a dia, sem ser carrancudo, como muitas vezes podemos cair no risco de ser. É certo que, no nosso ministério, há um peso grande de toda a responsabilidade que nos é atribuída, mas isso não precisa de nos tirar a alegria, sobretudo se acreditamos que a obra que realizamos não é nossa, mas de Deus – e Ele, pode tudo.

Precisamos encontrar sempre a alegria no que fazemos e vivemos, melhor ou pior, mas passará por aí a atratividade do nosso testemunho para levar Cristo aos outros. E isto não serve apenas para os padres, mas para todos os cristãos, porque um cristão triste pode tornar-se um triste cristão.

A vida do padre precisa ser modelo de vida, sem que isso centralize os outros em si, mas que leve os outros até Cristo, com alegria.

Esta sexta-feira, 11 de junho, celebrou-se a Festa do Sagrado Coração de Jesus, dia também dedicado à Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Os padres têm sempre presente na sua oração as suas comunidades, as suas ovelhas, aqueles que lhes estão confiados no seu ministério. Reze, também e sempre, pelos padres, e se encontrar o padre da sua comunidade, diga-lhe: “Eu rezo por si”.

 

Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor

p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt

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