Este Domingo celebra-se, pela primeira vez, o Domingo da Palavra de Deus, um dia instituído pelo Papa Francisco, com a Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio, publicada a 30 de setembro de 2019, ‘Aperuit Illis’, ou seja, ‘Abriu-lhes’, numa referência a uma citação do Evangelho de São Lucas (Lc 24,45). Esta carta vem recordar-nos que “sem a Sagrada Escritura, permanecem indecifráveis os acontecimentos da missão de Jesus e da sua Igreja no mundo” e que a dedicação dum Domingo do ano litúrgico particularmente à Palavra de Deus “permite, antes de mais nada, fazer a Igreja reviver o gesto do Ressuscitado que abre, também para nós, o tesouro da sua Palavra”.
Neste texto, o Papa Francisco faz referência “à riqueza de iniciativas que torna a Sagrada Escritura cada vez mais acessível aos crentes”, contudo é necessário que essas iniciativas sejam, efetivamente, aproveitadas, e que nos deixemos, todos, comprometer em viver, no dia a dia, a Palavra, com a responsabilidade do testemunho “com coerência”. Na nossa diocese, há muitas propostas que se podem aproveitar.
Esta preocupação da Igreja pela valorização da Palavra de Deus não é de agora. O Concílio Vaticano II dá-lhe um grande impulso e o Papa Francisco recorda, ainda, a Exortação Apostólica ‘Verbum Domini’, de Bento XVI, publicada após o Sínodo dos Bispos convocado em 2008. “Este documento – refere Francisco –, constitui um ensinamento imprescindível para as nossas comunidades”. “Por isso – acentua –, é bom que não venham a faltar na vida do nosso povo esta relação decisiva com a Palavra viva que o Senhor nunca Se cansa de dirigir à sua Esposa, para que esta possa crescer no amor e no testemunho da fé”.
Assim, e com vista a proporcionar esta possibilidade de contacto com a Palavra de Deus, refere o importante papel dos catequistas: “É bom também que os catequistas, atendendo ao ministério que desempenham de ajudar a crescer na fé, sintam a urgência de se renovar através da familiaridade e estudo das sagradas Escrituras, que lhes consintam promover um verdadeiro diálogo entre aqueles que os escutam e a Palavra de Deus”.
Por outro lado, e retomando um tema que já tinha sido abordado na Exortação Apostólica ‘Evangelii gaudium’, Francisco deixa, também, algumas indicações, a nós, padres, sobre a homilia: “É preciso dedicar tempo conveniente à preparação da homilia. Não se pode improvisar o comentário às leituras sagradas. Sobretudo a nós, pregadores, pede-se o esforço de não nos alongarmos desmesuradamente com homilias enfatuadas ou sobre assuntos não atinentes. Se nos detivermos a meditar e rezar sobre o texto sagrado, então seremos capazes de falar com o coração para chegar ao coração das pessoas que escutam, de modo a expressar o essencial que é recebido e produz fruto. Nunca nos cansemos de dedicar tempo e oração à Sagrada Escritura, para que seja acolhida, «não como palavra de homens, mas como ela é realmente, palavra de Deus» (1 Ts 2, 13).” Temos de fazer exame de consciência.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
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