“Já foram inventadas muitas coisas, mas graças a Deus que não existem ainda ‘selfies’ da alma. Para sermos felizes, devemos pedir ajuda aos outros, que a foto seja feita por outra pessoa, isto é sair de nós mesmos e ir ao encontro dos outros, especialmente os mais necessitados”. Estas são palavras do Papa Francisco aos jovens japoneses, com quem se encontrou esta semana, no decorrer da sua visita àquele país e a quem procurou deixar a mensagem da necessidade urgente de mudança de atitude, para humanizar mais o mundo. A verdadeira felicidade não está em ter muitas coisas, porque, “há muita gente rica materialmente, mas que vive como escrava de uma solidão sem igual”, observou Francisco.
Num mundo tecnologicamente evoluído, a tendência é a de o homem permanecer, cada vez mais, isolado dos outros, e a ambição do ter afasta-o do mundo real, criando, à sua volta, o seu próprio mundo. Por isso, sentir-nos-emos felizes se formos capazes de sair para encontrar o outro, levar acolhimento e amor verdadeiro, não interesseiro.
A felicidade que posso encontrar ao amar o outro deve ser consequência desse amor verdadeiro, e não a concretização da procura da minha felicidade. Por isso, o bem que eu possa fazer deve sair da minha alma que se alegra pelo bem do outro.
Com o aproximar do Natal, parece que a sociedade desperta para os mais pobres, e torna-se quase uma moda ‘chic’ realizar alguma ação de solidariedade para com os mais necessitados. Graças a Deus que, pelo menos nesta altura, são mais lembrados, mas essas pessoas são necessitadas o ano inteiro, e muitas vezes esquecidas e ignoradas.
Por isso, não posso viver a minha vida sem ter em conta o outro. E, neste caminho de Advento, que agora começa, na preparação para o Natal, deverei assumir o compromisso de olhar mais para o lado que tantas vezes me pode escapar, ou rejeito.
Retomando as afirmações do Papa Francisco aos jovens japoneses, concluo, reforçando que é preciso “reconhecer que a coisa mais importante não é tudo o que possuo ou posso conquistar, mas com quem posso partilhar. Não é importante perguntar porque vivo, mas para quem vivo”. “Somos de Deus para os outros”.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
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