Por vezes, pergunto-me se somos, efetivamente, capazes de levar a vida a sério!
E quando falo da vida, refiro-me à vida no seu todo, em tudo o que fazemos e somos, não apenas no que diz respeito à minha vida pessoal, mas ao modo como olho para a vida do outro e sou capaz de a dignificar, como alguém igual a mim. Se eu espero respeito por parte dos outros, deverei ser o primeiro a respeitar. Se eu espero que os outros me possam compreender, deverei fazer o esforço por compreender os outros.
Com frequência, em reação a determinadas notícias, mesmo as mais sérias, deparo-me, na internet, nas redes sociais, com comentários jocosos, críticas fáceis, tantas vezes ofensivos e humilhantes. Todos falam de tudo, mesmo sem saber o que dizem e, escondidos por detrás de um ecrã e de um teclado, põe-se em prática uma liberdade de expressão que em nada é construtiva. A internet tornou-se um ‘mar’ imenso para navegar, onde são mais os gestos de empurrar para fora do barco, que de salvamento. Há um desejo desenfreado de saber da vida dos outros, conhecer os seus pormenores mais ocultos, e depois falar deles, com opinião formada e autoritária, desprezando e humilhando. Mas há mais vida e mais vidas para além disso. Para além daquilo que pode ser a minha vida cómoda, na procura das minhas seguranças, no resolver dos meus problemas, das minhas preocupações pessoais, há a vida daqueles que são esquecidos. Os que são vítimas de uma luta de poder, marcada pela guerra e que, porque não têm vida própria, são obrigados a procurá-la em lugares distantes, deixando as suas terras, sujeitando-se a tudo, para encontrar uma vida melhor. E tantas vezes, esses, na procura da vida, perdem-na. Por outro lado, há a vida daqueles que se entregam para resgatar, das verdadeiras águas, esses que procuram uma vida melhor. Na sua entrega, sujeitos à oposição, à perseguição, às inseguranças, às leis extremistas, na procura de dar vida, podem até perder a sua vida, mas ganham Vida em abundância. Rezo para que haja muitos assim, mas sobretudo para que a vida seja levada a sério.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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