Liturgia |
Os Padres da Igreja ao ritmo da Liturgia
«Procurai a Sua face»
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A nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso, pelo poder que Ele tem de sujeitar a Si todo o universo. Portanto, meus amados e queridos irmãos, minha alegria e minha coroa, permanecei firmes no Senhor. (Filip. 3,20-4,1)

 

As Constituições Apostólicas, VIII, 12, 18-27, documento siríaco do século IV, no seu comentário à Liturgia Eucarística sobre a anamnese da primeira Aliança, referem:

Deus todo-poderoso, por Cristo plantaste um jardim no Éden, ao Oriente, ornando-o com toda a espécie de plantas comestíveis, e, como se fosse uma casa sumptuosa, aí introduziste o homem, ao qual tinhas dado, ao criá-lo, a lei inata, de sorte que ele possuísse, em si mesmo e por .si próprio, os germes do conhecimento divino. Ao introduzi-lo no jardim da felicidade, deste-lhe em partilha autoridade sobre todas as coisas, proibindo-o de comer um único alimento, na esperança de bens superiores, a fim de que, pela obediência a este mandamento, recebesse como recompensa a imortalidade. Mas, enganado pela serpente e a conselho da mulher, ele desprezou esse mandamento e provou do fruto proibido; então, expulsaste-o legitimamente para fora do jardim. Mas, na tua bondade, não rejeitaste definitivamente o homem perdido, porque era obra tua; ao contrário, Tu que lhe sujeitaste a criação, permitiste-lhe que procurasse o alimento com o seu suor e o seu trabalho, mas és Tu que fazes germinar, crescer e amadurecer; adormeceste-o por um pouco de tempo, depois chamaste-o por juramento ao novo nascimento; libertando-o da lei da morte, prometeste-lhe a vida pela ressurreição.

Não ficaste apenas por aí, mas multiplicaste os seus descendentes numa multidão incontável, glorificaste aqueles que Te permaneceram fiéis e castigaste os que se afastaram de Ti; acolheste o sacrifício de Abel, como vindo dum santo e rejeitaste a oferenda de Caim, o fratricida, como vindo dum amaldiçoado; além disso, fizeste viver, junto de Ti, Set e Enós, e arrebataste Henoc. Tu és o Criador dos homens, o dador da vida; és Tu que cumulas a indigência, dás as leis, recompensas os que as observam e castigas os que as transgridem; desencadeaste o grande dilúvio sobre o mundo por causa da multiplicação dos ímpios e poupaste do dilúvio Noé, o justo, na arca, com oito pessoas: foi o fim duma geração e o começo de outra nova. … Foste Tu que livraste Abraão da impiedade dos seus antepassados, o tomaste herdeiro do mundo e o fizeste ver o teu Cristo. Estabeleceste Melquisedec como sumo sacerdote do teu culto; tomaste o teu servo Job, depois de muitos sofrimentos, vencedor da serpente, príncipe do mal; fizeste de Isaac o filho da promessa: transformaste Jacob, pai de doze filhos, e os seus descendentes, em multidão, e fizeste-os entrar no Egipto em número de setenta e cinco pessoas. Tu, Senhor, não abandonaste José, mas, para o recompensar da castidade guardada por causa de Ti, permitiste-lhe que se tomasse o governador dos Egípcios. Não abandonaste, Senhor, por causa das promessas feitas a seus pais, os Hebreus oprimidos pelos Egípcios, mas libertaste-os e puniste os Egípcios. … Por tudo isto, glória a Ti, Senhor todo-poderoso.

(PG 1, 24-737; SCh 336, 186-193; Antologia Litúrgica 1613-1615)


Foto:

A hospitalidade de Abraão

Mosaico da nave da Basílica de Santa Maria Maior

Roma, séc. V

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