A Igreja é santa. É-o porque encontra a sua origem em Deus e porque o Espírito Santo sempre a anima e sempre providencia nela o caminho e os instrumentos da salvação. Ela é o Corpo de Cristo, e tem por missão oferecer ao mundo Cristo salvador.
A Igreja é constituída por homens pecadores. É o mistério do pecado que marca a nossa existência, a existência de todos os cristãos e de todos os seres humanos que vêm a este mundo. Aquele mistério a que fazia referência o Apóstolo Paulo quando reconhecia: “não é o [bem] que quero que pratico, mas o que detesto é que eu faço” (Rom 7,15). E não vale a pena que alguém se retire do grupo dos pecadores, como se nada fosse consigo.
Afirma o Concílio Vaticano II: “A Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação” (Const. sobre a Igreja, 8). Cada um dos seus membros não pode deixar de viver continuamente, em cada dia que passa, este dinamismo de purificação.
É por isso que não podemos deixar de fazer uma distinção essencial. Os pecados, mesmo os crimes que alguns cristãos cometem (cometeram no passado e hão-de cometer no futuro) não são pecados ou crimes da Igreja. São pecados ou crimes dos homens e mulheres que os cometeram. Quem quer que eles sejam, sacerdotes ou leigos, celibatários ou casados, com mais ou menos responsabilidade na comunidade cristã. Hão-de responder diante de Deus. E hão-de responder diante das leis dos Estados se forem acusados e condenados segundo elas.
O mistério da Igreja, a sua beleza é essa mesma: no meio do pecado, no meio do mundo, ela continua a anunciar o Evangelho da salvação e a conduzir os homens para Deus.
Acusam-nos a nós, católicos, de falarmos muito em pecado. Como não havíamos de o fazer, se vivemos no meio de um mundo pecador e se diariamente percebemos em nós e à nossa volta as marcas do pecado? Acusam-nos de continuarmos a pregar o Evangelho e a apontar o caminho da salvação, ainda que no meio do pecado. Como não havíamos de o fazer, se o Salvador nos enviou pelo mundo a pregar e a batizar? “Ai de mim se não evangelizar!” — dizia o mesmo Apóstolo S. Paulo (1Cor 9,16). Ai de cada cristão se, por causa do seu pecado ou do pecado dos outros cristãos, desistir de lutar, desistir de se renovar e purificar, desistir de anunciar e de ser presença do amor incondicional de Deus por cada ser humano! Se isso fosse motivo para cruzar os braços, nunca o Evangelho teria saído de Jerusalém!
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