“Se assim é, não vale a pena casar-se” — responderam os discípulos quando Jesus lhes anunciou o “Evangelho da Família” (Mt 19, 1-11). Aquilo que Jesus diz para os seus (e, portanto, para nós) acerca do matrimónio — perfeitamente revolucionário e exigente já naquele tempo e naquela cultura — continua hoje a fazer escândalo e a ser exigente, e a pedir a nossa conversão. As palavras do Evangelho são verdadeiras pedradas no charco lamacento e podre do nosso mundo.
O mundo contemporâneo, definitivamente, encontrou os seus novos doutrinadores e os respectivos dogmas: Marx que afirmou que é o dinheiro a fazer mover a história; Nietzsche que afirmou que o ser humano se mostra tal quando exerce o poder sobre os outros; Freud que afirmou que tudo na vida se resume ao sexo e às suas pulsões. Por isso hoje, mais do que nunca, o Evangelho causa escândalo: é um outro modo de pensar e de viver, radicalmente diferente. Por isso, mais do que nunca, é importante falar de conversão — sobretudo da conversão daqueles que se acham cristãos mas que nunca deixaram de viver de acordo com os critérios da moda.
Não nos espante, portanto, o que aconteceu quando o Cardeal-Patriarca, usando palavras do Papa Francisco e perfeitamente na sequência do ensino do Santo Padre, ousou infringir o dogma freudiano do nosso tempo. Propôs aos casais que vivem em segunda união, simplesmente e entre outras coisas, a possibilidade de viver em continência para poderem receber os sacramentos.
Logo os novos inquisidores (a maioria sem ter lido o documento do Patriarca de Lisboa) clamaram por heresia. Não faltaram os comentadores, os escrivães de artigos escandalizados, a admiração por existir ainda hoje alguém que pense deste modo. Nem faltaram os sacerdotes “modernos”, esquecidos do Evangelho e do ensino da Igreja do início até aos nossos dias, igualmente escandalizados. Até porque (dizem) a Igreja — sobretudo uma Igreja “moderna” — não deve pronunciar-se sobre estas coisas.
Existe apenas um problema: o Evangelho. Quererão rasgar algumas das suas páginas para o tornar mais “moderno” e “atraente”? Ou talvez escrever um novo Evangelho? O melhor mesmo não será queimar, numa bela fogueira, todos os exemplares? O Evangelho é um problema para a nossa sociedade e para todos nós: convida-nos constantemente à conversão, à mudança de vida. Mas quem tem que mudar somos nós!
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