Lisboa |
Visita Pastoral à Paróquia de São João de Brito
Aposta na vivência em família da experiência da fé
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É a paróquia onde há mais de 40 anos a Antena 1 transmite semanalmente a Eucaristia dominical. A Paróquia de São João de Brito recebeu a Visita Pastoral de D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa, que conheceu de perto a realidade da catequese familiar, que foi implementada nesta paróquia da cidade.

 

Desde 2011 que a catequese da infância na Paróquia de São João de Brito, em Lisboa, funciona no modelo de catequese familiar. “Iniciámos este processo há seis anos, rompendo um pouco com aquela que era a tradição e lançando o desafio principalmente às famílias, aos pais, nesta vivência em família da experiência da fé. A catequese familiar decorre do primeiro ao quarto ano, depois as crianças são convidadas a darem continuidade à caminhada catequética nos grupos próprios, e os pais constituem uma espécie de pequena comunidade base onde vão também continuar o seu aprofundamento da fé, o seu conhecimento bíblico e, principalmente, a sua inserção na comunidade”, explica ao Jornal VOZ DA VERDADE o pároco de São João de Brito, padre João Valente. Nos anos anteriores, “os pais trabalharam os temas de preparação para o Sínodo Diocesano de Lisboa e, agora, estão a trabalhar sobre a Palavra de Deus”, acrescenta o sacerdote, referindo serem 38 as famílias que estão a fazer esta caminhada, juntamente com 18 catequistas. No modelo tradicional de catequese, a paróquia tem ainda mais 56 catequizandos e 11 catequistas.

No contexto da Visita Pastoral a esta paróquia da cidade, que decorreu de 24 a 29 de outubro, D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa, encontrou-se com os catequistas, na noite do primeiro dia da visita. “No Domingo, o senhor D. Joaquim visitou cada uma das salas onde estava a decorrer a catequese, podendo ver in loco a realidade da catequese familiar na paróquia”, refere o pároco, salientando ainda que, “em ligação com a comunidade, algumas escolas situadas na paróquia têm também catequese”.

Na área da educação, o padre João salienta ainda a “ótima relação” com as instituições particulares de ensino situadas na paróquia, destacando a visita, na quarta-feira, dia 25 de outubro, ao colégio Daniel Brottier. Numa nota, o colégio realçou a presença do Bispo Auxiliar de Lisboa. “No dia 25 de outubro recebemos no nosso Colégio o Excelentíssimo Senhor Bispo D. Joaquim Mendes, acompanhado pelo Senhor Padre João Valente, prior da nossa Paróquia. Foi um momento muito bonito, vivido por todos com muita emoção. As crianças acolheram os nossos convidados no jardim, onde cantaram o hino do Colégio. Seguiu-se, depois, um momento com os alunos da Catequese. Aqui, para além de uma oração e um cântico, foram oferecidos ao Senhor Bispo e ao Senhor Pe. João, um terço e uma dezena, respetivamente, ambos feitos pelos alunos. Tivemos ainda a honra de ver a nossa Bíblia ser assinada por D. Joaquim Mendes, que nos deixou uma simpática dedicatória, com uma mensagem de amor e fé!”, refere a nota.

 

O testemunho da fé

Também neste dia, a Visita Pastoral foi até ao Centro Social e Paroquial São João de Brito, que tem como valências o apoio domiciliário, o centro de dia, a residência temporária de idosos e o jardim-de-infância. “No total, apoiamos perto de 500 pessoas, entre as quais 80 crianças e quase 100 idosos no apoio domiciliário”, frisa o pároco.

Presente em São João de Brito há sete anos, desde 2010, este sacerdote acredita que a população da freguesia está a mudar. “A população da freguesia, no que diz respeito à paróquia – porque a freguesia compreende mais paróquias –, está-se a renovar. Essa é a perspetiva que temos. Esta é uma freguesia que tem os seus começos nos anos 50/60 do século passado e que agora está num processo de transformação e renovação”, aponta. “É uma população predominantemente idosa, sozinha, onde prevalece a gente que nasceu e se formou em Lisboa”, acrescenta o padre João, de 53 anos.

Ao longo dos dias que passou nesta paróquia da cidade, o Bispo Auxiliar de Lisboa procurou transmitir, essencialmente, “o desafio que toda a diocese está a viver, da Palavra de Deus como o lugar onde nasce a fé”. “Essa foi uma ideia constante, mas também a necessidade de as comunidades se unirem nessa experiência de comunhão e de fraternidade, para que seja mais visível o testemunho da fé”, refere o pároco desta paróquia da Vigararia Lisboa IV.

 

Amor a Deus e ao próximo

No passado Domingo, 29 de outubro, na Eucaristia de encerramento da Visita Pastoral à Paróquia de São João de Brito, D. Joaquim Mendes agradeceu o acolhimento, dando “graças a Deus pela vitalidade da fé e da comunidade, viabilizada, entre outros aspetos, no projeto de catequese familiar e na solicitude em relação aos idosos, que na área geográfica da paróquia são em grande número”. O Bispo Auxiliar fez ainda votos para que “a comunidade se torne, sempre mais, uma família de famílias, uma família amiga das famílias e uma família para os que não têm família”. “Uma comunidade aberta e acolhedora, que vive e testemunha a alegria do Evangelho”, resumiu D. Joaquim Mendes, no início da celebração que teve transmissão pela TVI.

Na homilia, o Bispo Auxiliar de Lisboa lembrou que, naquele Domingo, no Patriarcado, se celebrava o Domingo da Palavra. “O Patriarcado de Lisboa propôs às comunidades cristãs que neste trigésimo Domingo do Tempo Comum se celebrasse o ‘Domingo da Palavra’, dando cumprimento ao desejo manifestado pelo Papa Francisco, na Carta Apostólica ‘Misericordia et Misera’, de 20 de novembro de 2016. (…) Neste Domingo queremos renovar o compromisso de toda a Diocese na “difusão, conhecimento e aprofundamento da Palavra de Deus” ao longo deste ano pastoral, e fazer da “Palavra de Deus o lugar onde nasce a fé”. Neste contexto, assume significado particular a escuta da Palavra de Deus proclamada na comunidade cristã, cada Domingo, como acaba de acontecer. Nela, Deus vem hoje ao nosso encontro, para nos dizer que toda a Lei divina se resume no amor: no amor a Deus e no amor ao próximo”, apontou D. Joaquim Mendes.

 

A presença da Igreja na cidade

Terminada a presença de D. Joaquim Mendes em São João de Brito, o pároco considera que a Visita Pastoral “obrigou a comunidade a fazer um olhar sobre si mesma e a descobrir quais as linhas de força, as dinâmicas, as coisas boas e as coisas menos boas”. “Acabou por ser uma revisão da experiência da vida comunitária. Depois, levou-nos também a descobrir novos desafios, com os quais a comunidade se sente interpelada, e quer renovar-se e quer recomeçar ou reconstruir e melhorar, de maneira a que seja, cada vez mais, percetível esta presença da Igreja na cidade, como comunidade que somos, e se traduza melhor na vivência do Evangelho”, salienta o padre João Valente, enumerando os desafios: “Os desafios são quer a nível da pastoral sócio caritativa, da catequese, da formação de adultos, da pastoral familiar e na capacidade de acolhimento e acompanhamento”.


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A Paróquia de São João de Brito tem quatro comunidades de congregações religiosas situadas no seu espaço geográfico: Irmãs Missionárias de São Pedro Claver, Instituto Missionário das Filhas de São Paulo (irmãs Paulinas), Instituto Irmãs Missionárias da Consolata e Pia Sociedade de São Paulo (Paulistas). 


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Uma Missa para o mundo

Há mais de 40 anos que a Paróquia de São João de Brito transmite a Eucaristia dominical das oito horas da manhã na emissão da Antena 1. “A transmissão da Missa começou com o padre Lereno, quando estava na Paróquia dos Mártires. Foi um projeto pessoal do sacerdote e de quem trabalhava, na altura, na Antena 1. Quando veio para São João de Brito, em 1974, o padre Lereno trouxe a transmissão com ele e a comunidade assumiu, com todo o cuidado, a preparação dessa celebração”, refere ao Jornal VOZ DA VERDADE o atual pároco de São João de Brito, padre João Valente, alertando: “Nós não celebramos Missa para a rádio, a rádio é que transmite a Missa que é celebrada em comunidade e tem sido uma experiência muito bonita, porque sabemos que, assim, conseguimos chegar a muitos que nos acompanham e levar esta mensagem de esperança e de ânimo”.

Durante muitos anos foi um leigo, Sérgio Mira, que fez os comentários às celebrações eucarísticas na rádio pública. Em 2011, com a reforma de Sérgio, foi contactado o padre José Carlos Nunes, dos Paulistas, para assegurar os comentários. O sacerdote criou então uma equipa, que neste momento é constituída por dois padres (ele próprio e o padre José André), três irmãos religiosos paulistas (irmão Mário Lino, irmão Landim e irmão Artur Garcia) e o leigo António Fonseca. No passado Domingo, foi este leigo, de 39 anos, que assegurou os comentários à celebração presidida por D. Joaquim Mendes. “Numa transmissão da Eucaristia pela rádio é necessário contextualizar: em que igreja estamos, quem preside à celebração, transmitir uma ideia chave daquele Domingo — neste caso, era o Domingo da Palavra no Patriarcado de Lisboa”, refere António ao Jornal VOZ DA VERDADE. Assumindo que “ninguém ouve rádio sentado, só a ouvir a rádio”, este leigo destaca a importância de “ir tentando puxar a atenção do ouvinte para uma coisa central ou para um momento da Eucaristia”. “Há que dar um pouco de ambiente, uma vez que as pessoas não estão a ver, de forma a ajudá-las a participar e a entrar na Eucaristia, porque as pessoas também estão a celebrar”, destaca.

“Sabemos que há muita gente a acompanhar esta Missa nas manhãs da Antena 1, na RDP Internacional e na Madeira. Os números dizem que devem ser mais de 300 mil pessoas em todo o mundo, e temos gente das comunidades cristãs que gosta de ouvir os cânticos, eventualmente para usar ou não nas suas celebrações, além de padres e leigos que também se estão a preparar para as suas Eucaristias, e depois temos os doentes, os presos, as pessoas que estão a conduzir, as pessoas que estão a trabalhar”, indica António Fonseca, dando o exemplo de uma tia de sua mulher, que estava acamada e ouvia todas as semanas a Eucaristia pelo rádio. “Mesmo sendo uma transmissão efetuada às oito horas da manhã, há muita gente a ouvir porque está em casa”. Para António Fonseca, “esta é uma forma de a Igreja estar também próxima de todos”.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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