Há já bastante tempo que oiço dizer que a nossa pastoral necessita de um melhor “acolhimento”, que as pessoas quando chegam a uma paróquia se devem sentir bem acolhidas.
Claro que um bom acolhimento é necessário. O problema, no entanto, é que por “acolhimento” se entende, habitualmente, o sorriso, mais ou menos artificial, com que os leigos ou os sacerdotes recebem, com mais ou menos eficácia, alguém que procura os “serviços” paroquiais – quase sempre por causa do baptismo de um filho, do funeral de um familiar, ou do pedido de uma intenção para a Missa. Trata-se (diz-se) de “tornar atrativo” o rosto da paróquia.
O facto é que, mesmo ficando com a impressão de ser “bem atendido”, essa pessoa raramente regressa e se dispõe a caminhar na fé. É claro que, se for mal acolhida, nem sequer pensa em regressar.
É óbvio que o acolhimento é necessário. Mas devemos também reconhecer que ele não resolve grande coisa. Aliás, trata-se de um daqueles temas que já ressoam aos meus ouvidos há, pelo menos, trinta anos (tantos quantos tenho de sacerdote).
Não nos podemos ficar pelos sorrisos e pelos “bons modos” – mesmo que sejam, mais que necessários, óbvios num cristão e numa comunidade cristã. Precisamos de desenvolver, para além disso, uma verdadeira capacidade de acompanhamento. E se, no “acolhimento” nem sempre, infelizmente, as coisas vão bem, no acompanhamento devemos confessar uma verdadeira falha, quase geral.
Com efeito, no acompanhamento, mais que uma simpatia do momento, trata-se da disponibilidade para fazer caminho com alguém. Durante dias e anos. É disponibilidade para escutar; paciência e tranquilidade para esperar; ousadia para propor novos horizontes; coragem para mudar atitudes, modos de pensar e de agir. E, acima de tudo, abertura de coração para que o Evangelho nos possa converter, tal como aconteceu com os discípulos de Emaús.
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