É habitual escutarmos que hoje desapareceram as ideologias. A vida pública deixou de ser orientada por uma meta a atingir, por um modelo de sociedade a implementar. As decisões parecem ser tomadas em cada dia que passa de acordo com um único objectivo: manter o poder. Para isso há, inevitavelmente, que agradar à maioria, qualquer que seja o preço a pagar.
Diz-se isto por contraste com o que significou durante quase todo o século passado o marxismo. Aqui havia um objectivo claro: construir a sociedade comunista, onde todos fossem iguais, sem distinção de classes. Para atingir essa realidade sonhada, a classe operária deveria fazer a revolução (sempre violenta). Se fosse necessário o sacrifício de muitos, pouco importava – a finalidade justificava o uso de todos os meios. A “ditadura do proletariado” era algo de transitório mas indispensável. Enfim… sabemos como a história acabou e todo o sangue derramado.
Terminada a ilusão ideológica do marxismo (anos 90 do século passado), alguns sectores americanos procuraram – em contraponto – erguer a bandeira da sua democracia parlamentar e do seu sistema capitalista, apresentando-os como o “fim da história”. Ou seja, como aquela realidade para onde, inevitavelmente, caminhariam as várias culturas e os diferentes povos. Creio que o desastre da invasão do Iraque e o desaire das chamadas “primaveras árabes” significou, também, o fim dessas utopias.
Acabadas as ideologias e os respectivos projectos utópicos, parece que hoje vivemos no que poderíamos chamar uma “sociedade de eus”, em que cada indivíduo se torna o tudo, o critério da sua própria vida e da história. Mas será que este modo de viver não tem qualquer pensamento que o suporte? Será verdadeiramente que acabaram as ideologias?
Não creio que seja assim tão verdadeira essa afirmação. A sustentar este modo de viver egoísta em que os demais e a vida humana se encontram em função do eu e do seu prazer momentâneo encontramos a “ideologia de género” e os teorizadores da chamada “globalização” – modo de pensar e de construir uma sociedade humana com, pelo menos, o beneplácito das Nações Unidas e de algumas multinacionais que em tantas das suas decisões e em muitos dos seus projectos não hesitam em patrocinar ou mesmo impôr este novo modo de ver o mundo e de viver.
Mas, não tenhamos dúvidas, também ele, tal como os anteriores, irá (mais tarde ou mais cedo) definhar – só não sabemos a que preço. No fundo, todas estas ideologias não passam de tentativas humanas de construir um mundo sem Deus e sem o respeito pela Pessoa.
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