Dei comigo, há dias, a fazer o zapping entre os vários telejornais da noite. Mudavam os canais, mudavam os apresentadores mas as notícias eram as mesmas, eventualmente com alguma diferença no “alinhamento”, ou seja na ordem em que aquelas eram apresentadas. Também mudaram, é verdade, aquelas “histórias finais” destinadas a fazer com que o espectador pense que, no fim de contas, o mundo não está tão mal como parece pelos muitos minutos de informação que esteve a ver. De resto, as próprias imagens e, em geral, os conteúdos das notícias não variavam de um para outro meio de comunicação. Intrigado, procurei, tempo depois, se o mesmo aconteceria nas rádios. Exactamente a mesma situação.
Quando existe uma ditadura e é proibida a liberdade de informação, esta situação pode ser compreensível: existe alguém por trás dos diferentes órgãos que censura os conteúdos e as formas das notícias. No caso português, no entanto, sabemos que isso não acontece. Os tempos da “censura prévia” já lá vão há muito, e não temos saudades deles.
Algumas questões, no entanto, não podem deixar de se levantar. Que mecanismo origina este facto? Porque razão meios de comunicação social tão diferentes uns dos outros nos seus objectivos e no seu modo de comunicar terminam por oferecer o mesmo “produto” comunicativo (a questão acaba por não se colocar apenas nos telejornais e na informação mas, ao fim e ao cabo, na monotonia dos diferentes programas, mesmo de entretenimento)? É certo que não existe a instituição da “censura prévia”; mas não existirá, de facto, uma outra censura, não menor nem menos perigosa, interiorizada pelos jornalistas e pelos demais comunicadores, que impede uma efectiva pluralidade na abordagem dos diferentes temas?
E poderemos assim, de facto, afirmar que existe liberdade de informação em Portugal? Será que a mesma abordagem das mesmas notícias (deixando de fora um leque grande de outras possibilidades) colocará o espectador / ouvinte perante um verdadeiro panorama do que acontece no mundo? Não o impedirá de alargar o horizonte, para além dos estreitos mundos dos profissionais da comunicação social — que, pelos vistos pensam todos do mesmo modo?
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