Uma diocese também tem identidade. É um modo de ser cristão que se vai forjando ao longo dos séculos, passado de pais para filhos, vivido e transmitido de comunidade para comunidade.
Não temos notícia histórica dos primeiros cristãos que chegaram a Lisboa. Mas não andaremos muito longe da verdade se dissermos que, de entre os muitos barcos romanos que chegavam com regularidade à “enseada amena” (parece ser o que significa “Lisboa”), logo pelos primeiros anos do cristianismo aqui chegou também o Evangelho e o nome de Jesus.
O certo é que, em 303, já existia uma comunidade cristã organizada, perseguida pelo império de Diocleciano, e que floresceu nos mártires Veríssimo, Máxima e Júlia. Cerca de 40 anos depois aparece-nos o testemunho do primeiro bispo conhecido de Lisboa: Potâmio, que participa em vários Concílios e Sínodos.
Lisboa é uma diocese de chegada. Aqui, desde sempre, chegam gentes vindas de paragens mais ou menos longínquas; chegam modos de pensar e de ser, mais ou menos estranhos, que vão caldeando o quotidiano das gentes, da cidade e das terras que lhe são mais próximas.
Mas Lisboa é, sobretudo, uma diocese de partida, que vive a inquietação do mar. É uma diocese confrontada com a imensidão do oceano. Poderia ter pensado que daqui não se sai e que aqui a terra acaba. Não o fez. O mar não é limite mas oportunidade; não é separação mas ponte. Uma partida que não se limita à vontade de sair mas que percorre caminho de um modo consistente e persistente.
Depois, Lisboa é uma diocese que se diz em plural. Não numa soma de indivíduos isolados mas numa comunidade que ganha personalidade e que percorre em conjunto os caminhos da história e do mundo.
Ao começarmos a celebração do sínodo diocesano, é tempo de tomar consciência do que somos. Não como quem se compraz diante do espelho e nem sequer é capaz de se surpreender com a beleza que vê (a beleza de Deus que sempre ultrapassa as nossas capacidades), mas como quem procura, uma vez mais, partir, fazer caminho. Partimos, vamos, é isso que somos.
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