Vai estar em cena no Tivoli e quer “aproximar ou reaproximar as pessoas da alegria do Evangelho”, segundo a encenadora, Matilde Trocado. ‘PARTIMOS. VAMOS. SOMOS. O musical dos 300 anos do Patriarcado’ sobe ao palco nos dias 18, 19, 20 e 21 de novembro.
“O musical tem muito o compreender o que é, de facto, ser cristão até às últimas consequências. Temos histórias de mártires e, ao mesmo tempo, histórias que mostram a alegria e o extraordinário que é ser cristão”. Matilde Trocado é a encenadora de ‘PARTIMOS. VAMOS. SOMOS. O musical dos 300 anos do Patriarcado’, que define em três palavras-chave: herança, sonho e missão. “São três palavras que podiam chegar para definir o que é este musical dos 300 anos do Patriarcado. Herança, por tudo aquilo que herdámos, desta história de Lisboa que é tão forte. Nós, na nossa história, temos ‘gigantes’ e falamos de alguns no nosso musical, desde Santo António a São João de Brito. Missão é outra palavra-chave, porque o tema do musical é este partir, o ir em missão e o ser missão. Nisso está muito ligada esta ideia do Papa Francisco, deste sonho, o sonho missionário de chegar a todos”, concretiza, ao Jornal VOZ DA VERDADE, a jovem encenadora, que atualmente dá aulas de Teatro e Teatro-Música na Escola Superior de Tecnologias e Artes de Lisboa.
‘PARTIMOS. VAMOS. SOMOS.’ nasceu há quase dois anos, numa curta conversa de Matilde com D. Manuel Clemente. “Foi numa conversa bastante informal, em que o senhor Patriarca me disse que gostava de pegar na mensagem da exortação apostólica ‘A Alegria do Evangelho’ e no sonho missionário de chegar a todos e de fazer qualquer coisa com o talento que há na diocese”, revela a encenadora.
Equipa de luxo
O Cardeal-Patriarca convidou depois o padre Hugo Gonçalves para escrever o guião. “O musical apanha muito da história da diocese e o padre Hugo fez esse trabalho de pesquisa. Eu acompanhei o final do processo, para perceber, em termos de espetáculo e de musical, o que faria sentido em termos de música, entre outras coisas. No guião, o padre Hugo juntou alguns planos: fez o plano mais histórico, do que é a história de Lisboa, e cruzou com um olhar contemporâneo o que são os missionários dos dias de hoje. Nisso conseguiu cruzar o passado, o presente e o olhar sobre o futuro”, observa.
Matilde Trocado destaca também a equipa alargada que foi possível constituir para o musical dos 300 anos do Patriarcado. “O Paulo Espírito Santo, que já tinha escrito para o ‘Wojtyla’, escreveu as letras para as músicas; o António Andrade Santos também se juntou à equipa para fazer a direção musical; a Diana Castro desenhou a cenografia; a Teresa Braga os figurinos; o Paulo Sabino está a fazer o desenho de luz; e o Filipe Rico com a coreografia. Juntou-se uma grande equipa, que para mim é de sonho. É uma equipa de luxo, com que fico muito satisfeita”, manifesta Matilde.
Tivoli assusta?
“Este elenco é brutal”. É desta forma que Matilde Trocado descreve os jovens atores do musical. São 35 adultos, dos quais 30 foram voluntários e selecionados em audição e cinco profissionais, aos quais se somam 22 crianças. Os ensaios estão a decorrer no salão paroquial da paróquia do Alto do Lumiar, ao longo de cinco semanas, de segunda a sexta-feira, entre as 19h00 e as 23h00, e são sempre iniciados com uma oração em grupo. “Faz parte do ritual rezarmos uma oração, que chamamos a ‘oração do artista’, em que no fundo entregamos o nosso esforço desse dia e o nosso trabalho para que mais corações possam conhecer o amor de Jesus”, destaca a encenadora, descrevendo o dia-a-dia da produção: “O dia começa às 15h00 com os cinco atores profissionais, que trabalham em teatro e que foram convidados tendo em conta o perfil do que eram as personagens e atendendo também a quem participaria com sentido missionário. Os 30 jovens vêm de várias paróquias do Patriarcado e nesses, sim, fizemos um casting onde apareceu muita gente. Há aqui talento que nunca mais acaba! É um elenco muito forte, que está farto de trabalhar. Há ainda as 22 crianças e os sete músicos, numa equipa bem grandinha”. Salientando que “geograficamente o grupo é muito disperso”, Matilde assume que “isso traz uma riqueza ao musical”. “Os cinco que são profissionais acabam por ajudar bastante ao nível mais técnico quem não estudou; quem não é profissional, acaba por ensinar muito também sobre estar por amor à camisola, com uma energia incrível”, frisa.
E o Tivoli assusta o elenco? “Não lhes tenho perguntado, acho que não, mas espero que os assuste um pouco…”, brinca a encenadora Matilde Trocado, colocando nas mãos de Deus os frutos do musical dos 300 anos do Patriarcado: “Espero que o musical seja o que Deus quiser. É o que eu gosto de pensar… Se puder aproximar ou reaproximar pessoas desta alegria do Evangelho ficaria muito contente”.
Pai e filha em palco
Tiago Herdade, da paróquia de Belém, faz parte do elenco do musical ‘PARTIMOS. VAMOS. SOMOS.’. Casado e pai de quatro filhos, este jovem de 33 anos vai participar no musical ao lado da sua filha mais velha, Carolina, de 7 anos, naquele que será “um momento muito especial”. Tiago dirige o coro de uma das Missas na paróquia mas assume que a sua ligação à música é “uma ligação de vocação e não de profissão”. Tiago Herdade participou em diversas peças de teatro na escola e fez o curso de canto do Conservatório, durante o qual, todos os anos, participou “numa ópera ou num musical”. Quando o musical dos 300 anos do Patriarcado foi anunciado na página no Facebook do Serviço da Juventude, houve logo dois ou três amigos de Tiago que lhe telefonaram a dizer que esta iniciativa da diocese tinha a cara dele. “Fui à audição e fui selecionado! Quando é uma coisa que gosto de fazer e ainda por cima ao serviço da Igreja, da Igreja da minha cidade, a pergunta não é ‘porquê?’ é ‘porque haveria eu de dizer que não?’”, brinca este jovem, ao Jornal VOZ DA VERDADE.
Sem revelar muito qual o seu papel no musical, Tiago destapa a ponta do véu acerca da sua participação em ‘PARTIMOS. VAMOS. SOMOS.’. “Todos estamos quase sempre em cena, ou pelo menos sempre a cantar. O ensemble está sempre presente e eu faço parte dele. Depois tenho pequenos apontamentos, a dizer pequenas falas em alguns personagens ou mais especificamente a fazer de São João de Brito na fase adulta. A peça fala um pouco de Santo António no início, havendo três santos Antónios – um em criança, outro em jovem e outro em adulto – e acontece a mesma coisa com São João de Brito”, revela.
Quilómetros por uma causa
De mais longe, de Torres Vedras, vem o jovem Daniel Frutuoso, de 17 anos, que tal como Tiago foi também selecionado através de audição. Daniel pertence a uma Equipa de Jovens de Nossa Senhora, que foi desafiada pelo assistente, padre Hugo Gonçalves, a participar nas audições. “A nossa equipa foi quase toda participar e fomos dois selecionados”, conta ao Jornal VOZ DA VERDADE. O facto de “ser um musical” e o facto de “ser do Patriarcado” foram os dois motivos que levaram este jovem a querer participar em ‘PARTIMOS. VAMOS. SOMOS.’. “A música sempre esteve presente na minha vida. Eu canto, toco guitarra, estou no coro da paróquia… mas não tenho experiência nenhuma de musicais ou de teatro, nem nunca tive aulas de canto. Sou bastante ativo na minha paróquia – sou acólito, escuteiro, faço parte das Equipas de Nossa Senhora e de outros grupos – e se fosse um musical de outra coisa talvez não sentisse tanta vontade de participar. Sendo do Patriarcado, da Igreja, de uma coisa que gosto muito, decidi aceitar o desafio”, refere este jovem aluno do 12º ano, da área de Ciências.
Daniel sublinha que sempre sentiu apoio por parte da família, “em especial” por parte do pai, “que está mais ligado à música”. “Venho a Lisboa e regresso todos os dias a Torres Vedras. Sempre de autocarro, mas de vez em quando o meu pai vai-me buscar aos ensaios. Estou a participar de alma e coração”, garante. Sem querer revelar o que se vai passar em palco, Daniel sublinha que “este é um musical sobre a história do Patriarcado, desde o início – o anunciar –, até aos nossos dias – a alegria de anunciar o Evangelho, como diz o Papa Francisco”.
O Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, é uma das salas mais emblemáticas da cidade. Daniel Frutuoso diz que “vai ser uma experiência inesquecível”. “É uma honra poder pisar aquele palco e estou muito orgulhoso”, sublinha o jovem ator.
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Mensagem do Cardeal-Patriarca de Lisboa
PARTIMOS. VAMOS. SOMOS. Mais do que três palavras, indicam uma vida plena, como realmente acontece. Só é, quem “parte”, de corpo e alma parte, e assim mesmo acontece. Como queremos para nós e para todos. Trezentos anos de Patriarcado em Lisboa, aludem ao que se chegou a ser porque antes se partira. Já de trás, como os que aqui tinham chegado tantos séculos antes com o Evangelho de Cristo. Como os que se têm acrescentado de 1716 para 2016. E os que hão de partir também, mesmo que fiquem onde estão, na viagem e torna viagem que o nosso mundo proporciona e reclama. Às vezes até bem perto, para que ninguém fique sem terra. Venham ver a viagem em toada musical. Venham ser com os que foram, para acontecerem sempre mais agora.
+ Manuel, Cardeal-Patriarca de Lisboa
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Sinopse
Missão é partir!
Sempre partir!
Ainda que a distância maior, seja a que percorremos por dentro de nós.
Lisboa é essa Cidade-Missão… Está-lhe na raiz e na história…
PARTIMOS, para longe e por dentro…
VAMOS, até aos confins do Mundo, onde houver vida a clamar por nós…
SOMOS, ao mesmo tempo, casa de missionários e terra de Missão…
Com encenação de Matilde Trocado, autora de musicais como Woytyla ou Godspell, e texto do padre Hugo Gonçalves, este é o musical dos 300 anos do Patriarcado de Lisboa, uma cidade que cruzou mares e terra e construiu uma identidade que nunca deixou de assumir: a de ser uma porta para o mundo, a de ser uma Cidade-Missão.
O musical no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, tem estreia marcada para o dia 18 de novembro e vai estar em cena até 21 de novembro, em seis sessões: dia 18, às 21h30; dia 19, às 18h15 e às 21h30; dia 20, às 16h30 e às 21h30; e dia 21, às 21h30.
Bilhetes: à venda na FNAC, WORTEN e em http://ticketline.sapo.pt (http://bit.ly/partimosvamossomos)
Informações: www.facebook.com/Musical-PARTIMOS-VAMOS-SOMOS-316839735340557
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