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Fundação AIS lança campanha de emergência para alimentar famílias sírias
“Temos muito medo”
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Em Março assinalou-se o sexto ano de guerra na Síria. Nas últimas semanas, o exército tem vindo a recuperar vilas e cidades aos jihadistas. Para milhares de famílias, apesar dos avanços ou recuos dos militares, a vida continua num desespero. Falta-lhes tudo. Menos a fé.

 

Alepo. A verdadeira cidade desapareceu. Hoje, apenas sobrevive na memória dos seus habitantes. Prédios, bairros, ruas… é tudo uma imensa ruína. A vida alegre da cidade desapareceu atrás dos bombardeamentos, dos ataques, das explosões. Os risos esconderam-se. Hoje, parece que há apenas rostos tristes, carregados. Hoje, parece que há apenas gente em lágrimas em Alepo. O Padre Ibrahim, franciscano, um dos responsáveis pela paróquia católica da cidade, não tem mãos a medir. “Temos muito medo”, diz. Mas, apesar disso, os seus dias são de uma azáfama constante, procurando responder aos múltiplos pedidos de ajuda. “Entre todas as famílias que vivem em cidades sírias, as que atravessam maiores dificuldades são as de Alepo”, diz este sacerdote, acrescentando: “Das nossas 600 famílias, que apoiamos directamente, 250 vivem numa pobreza absoluta”. Pobreza absoluta significa que dependem de ajuda para tudo. Roupa, medicamentos. Até para a comida. Muitas destas pessoas, destas famílias, tinham uma vida normal antes da guerra. Agora, estão de mãos estendidas.

 

Os ‘amperes’

A electricidade é um dos maiores problemas. Com a destruição causada pela guerra, a única forma de se conseguir que a luz chegue a casa das pessoas é através de geradores. E isso tornou-se num negócio extremamente lucrativo. “Eles vendem os ‘amperes’ a preços exorbitantes”, explica o Padre Ibrahim. Todos se queixam. “Uma família precisa de pelo menos dois ‘amperes’ para acender duas ou três lâmpadas e a telefonia, mas não chegam para a bomba da água, quando há água…” acrescenta. Mas não há alternativa. Fora do mercado negro não há geradores, sem geradores reina a escuridão total. “Queremos ajudar estas famílias a viverem dignamente”, diz, resoluto, o Padre Ibrahim. Para isso, e com a ajuda da Fundação AIS, lançou uma campanha: “Dois ‘amperes’ por família. É o mínimo para haver luz em casa. “Tem, até, um valor psicológico e representa uma expressão de solidariedade”, acrescenta.

 

Campanha SOS

Alepo é apenas um ponto no vasto mapa de cicatrizes em que se transformou a Síria. Hoje em dia, não há lugar onde a guerra não tenha chegado com estrondo. Não há família que não conheça a dor do sofrimento, da violência, da morte. Em toda a Síria, como em Alepo, os dias são uma luta constante pela sobrevivência. A campanha dos ‘amperes’ do Padre Ibrahim é um exemplo do esforço da Fundação AIS em materializar em ajuda concreta a solidariedade dos seus benfeitores e amigos. Em todo o país, é desesperada a situação de milhares de famílias cristãs que perderam tudo o que tinham e que lutam agora pela própria sobrevivência. Alimentar essas famílias tornou-se vital. Em resposta aos apelos concretos que chegam à Fundação AIS de diversas organizações e estruturas da Igreja naquele país, foi lançada uma campanha de solidariedade que tem como objectivo principal contribuir para a alimentação de emergência destas famílias. Com a campanha “SOS Síria”, procura-se aliviar o sofrimento de cerca de 1.500 famílias em Alepo e também em Hasaké. Toda a ajuda recolhida junto dos benfeitores portugueses da AIS será transformada em cabazes alimentares, medicamentos e roupa. Através desta campanha é possível alimentar uma família síria durante um mês com apenas 30 euros.

 

Vamos ajudar
O Padre Ibrahim não tem mãos a medir. Todos os dias, apesar da guerra, dos bombardeamentos, dos atiradores furtivos, ele procura ajudar as famílias mais carenciadas, as que perderam tudo o que tinham e vivem encurraladas na cidade em ruínas. “Os frutos da vossa caridade são o nosso consolo”, diz, agradecendo a ajuda que lhe chega através da Fundação AIS. Em Alepo e Hasaké há 5.800 pessoas – cerca de 1.500 famílias – que precisam da nossa ajuda. Precisam de água, comida, electricidade, roupa, medicamentos… Em Alepo e Hasaké há quase 6.000 pessoas de mãos estendidas. Elas precisam de nós. Precisam de si. Agora.

 

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ALIMENTE UMA FAMÍLIA NA SÍRIA

Com 30¤ é possível oferecer um cabaz para alimentar uma família durante um mês.

 

A sua ajuda será transformada em cabazes alimentares, medicamentos, roupa, aquecimento, água, gás, electricidade e alojamento para cerca de 1.500 famílias em Alepo e Hasaké, durante 6 meses.

 

Estas famílias precisam da sua ajuda para sobreviver!

IBAN/NIB: PT50 0032.0109.00200029160.73

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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