Dá por vezes a sensação de que “gastamos todos os cartuchos cristãos” na Quaresma. Quase parece que preparamos uma boa refeição para a saborearmos com os nossos amigos ou familiares e, depois, porque nos cansámos com tanta actividade, adormecemos, não fomos capazes de abrir a porta de casa aos convidados e, apesar da refeição preparada, ninguém se dispôs a sentar-se à mesa… A refeição estragou-se porque não houve quem tivesse energia para a comer.
Quase esquecemos que os 40 dias de penitência que vão de Quarta-feira de Cinzas até às celebrações da Páscoa (os Domingos nunca foram dias de penitência) têm um primeiro objectivo: preparar o tempo pascal.
A Quaresma começou por ser o tempo de preparação próxima dos catecúmenos para receberem os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia) na Vigília Pascal. Depois, foi alargada a toda a comunidade que, desse modo, se prepara espiritualmente para uma boa vivência pascal — para perceber em si, de modo renovado, a vida eterna que nos é dada no Baptismo, testemunhada em cada dia que passa e alimentada em cada Eucaristia.
Mas a Páscoa não se limita simplesmente ao Domingo de Páscoa. Ela estende-se ao longo de todo o Tempo Pascal em que a alegria da ressurreição se prolonga como se fosse um único dia. São “o dia do Espírito Santo”, o mesmo é dizer: o dia em que percebemos Cristo ressuscitado como fonte de vida eterna em nós e à nossa volta. É o tempo para saborear o amor de Deus por nós e por todos: é, por excelência, o tempo da caridade e da alegria.
O modo “normal” de vivermos a vida cristã não é a Quaresma mas a Páscoa. Mesmo depois de o Tempo Pascal ter terminado. Longe de ficarmos “cansados de cristianismo” quando vemos chegar o fim da Quaresma, havemos de, nesses dias, preparar todas as nossas energias para, com entusiasmo e cheios do Espírito Santo, vivermos com cara e coração de ressuscitados todos os outros dias do ano.
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