O Cardeal-Patriarca considera que, numa diocese como Lisboa, “as Visitas Pastorais são hoje uma realidade permanente” e garante que a presença de um Bispo nas paróquias “faz crescer o sentido de Igreja”. D. Manuel Clemente inaugurou, no passado dia 9 de janeiro, na igreja de São Francisco Xavier, no Restelo, a Visita Pastoral à Vigararia Lisboa III.
Foi num encontro com “as forças vivas das paróquias da Vigararia Lisboa III”, como referiu o Cardeal-Patriarca, que teve início a Visita Pastoral a esta vigararia da cidade de Lisboa. Desde o passado dia 9 de janeiro e até 13 de março, em torno do lema ‘Anunciar e testemunhar a misericórdia de Cristo Bom Pastor’, o Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, e os Bispo Auxiliares, D. Joaquim Mendes, D. Nuno Brás e D. José Traquina, vão conhecer de perto a realidade social e paroquial das 21 paróquias que compõem a Vigararia Lisboa III: Ajuda, Alcântara, Bairro da Boavista, Bairro do Padre Cruz, Belém, Benfica, Calhariz de Benfica, Campolide, Carnide, Lapa, Luz Sul, Pontinha, Prazeres, Santa Isabel, Santo Condestável, Santos-o-Velho, São Domingos de Benfica, São Francisco Xavier, São Mamede e São Vicente de Paulo. “Os senhores Bispos vão encontrar uma realidade dispersa e com realidades diferentes umas das outras. Não há um padrão comum – é muito diferente Belém da Pontinha. A mobilidade das pessoas é muito diferente do Oeste ou de outros sítios do nosso país, mas é a cidade e tem muito a ver com a própria cidade e como ela vive a sua fé”, refere ao Jornal VOZ DA VERDADE o vigário desta vigararia, padre Valter Malaquias, que é também pároco de Santos-o-Velho e São Francisco de Paula. Para este sacerdote, de 40 anos, “a Visita Pastoral é uma novidade para Lisboa”. “Não sei se alguma vez aconteceu assim uma Visita Pastoral na cidade. Os padres e as pessoas estão expectantes do que vai acontecer e vai, com certeza, ser uma coisa boa para a Vigararia Lisboa III”.
Vigário desde há cerca de dois anos e meio, o padre Valter Malaquias explica ainda que o tema da Visita Pastoral, ‘Anunciar e testemunhar a misericórdia de Cristo Bom Pastor’, é uma alusão ao Ano da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco e que se iniciou no passado dia 8 de dezembro. “Nós queríamos associar o Ano da Misericórdia e inseri-lo no Sínodo Diocesano, que tem sido a base da nossa vida pastoral nestes últimos anos. O Santo Padre propôs-nos o Jubileu da Misericórdia e temos de viver esta realidade, concretizando-o nas realidades paroquiais”, assume o vigário da Vigararia Lisboa III. Na abertura da visita, num discurso aos Bispos, o padre Valter lembrou que a presença dos prelados nestas comunidades é um sinal de amor. “Estamos a viver o Jubileu da Misericórdia, e por isso a vossa presença é também sinal do amor de Deus, um Deus que se revela na História do seu povo, como misericordioso, compassivo e justo, sempre pronto a perdoar, como nos tem dito tantas vezes o Papa Francisco, nunca se cansa de o fazer”.
Realidade permanente
Na igreja paroquial de São Francisco Xavier, no Restelo, na tarde do passado dia 9 de janeiro, sábado, o Cardeal-Patriarca de Lisboa e os Bispos Auxiliares encontram-se com o clero e os membros dos Conselhos Pastorais Paroquiais, com D. Manuel Clemente a lembrar que “a Visita Pastoral, hoje, não é o que era noutros tempos”. “Antigamente, nas dioceses rurais e em lugares muito recônditos, a Visita Pastoral, por vezes, acontecia de décadas em décadas, quando o Bispo, ou alguém que ele mandasse, passava pelas paróquias para ver se as contas estavam em dia, se as obras estavam feitas e não chovia dentro da igreja, se os paramentos estavam em ordem e se havia algum assunto que precisasse de julgamento”, lembrou. “Hoje em dia, numa diocese como a nossa, as Visitas Pastorais são hoje uma realidade permanente”, acrescentou D. Manuel Clemente, justificando: “Desde que voltei a Lisboa, há dois anos e meio, já me encontrei com a maioria das pessoas que aqui estão em variadíssimas ocasiões, quer em sacramentos, em encontros, conferências e até pelas ruas da nossa cidade. E é bom que assim seja”.
Para o Cardeal-Patriarca, “a tradição de um Bispo passar um tempo numa paróquia, junto da comunidade, tem a sua valia porque aviventa o sentido de igreja”. “Como sabemos, quando falamos em Igreja não estamos a falar em abstração mas numa realidade concreta. Para nós, católicos, a Igreja é esta comunidade de batizados, organizada, em termos universais, à volta do sucessor de Pedro, o Papa de Roma, neste momento o Papa Francisco, e numa Igreja local ou particular, à volta do sucessor dos apóstolos, o Bispo diocesano”, frisou.
Entreajuda
Na abertura da Visita Pastoral à Vigararia Lisboa III, D. Manuel Clemente apelou ainda à solidariedade entre as 21 paróquias. “Cada vez mais temos de trabalhar em conjunto. Não faz sentido, por exemplo, uma paróquia ter muitos agentes pastorais e muita disponibilidade de pessoas para trabalhar na catequese, na liturgia, no sociocaritativo e ao lado, por vezes do outro lado rua, haver uma paróquia que não tem essas facilidades e não ser feito um intercâmbio e entreajuda. Isso seria um péssimo testemunho”, sublinhou, convidando a “crescer nesta dimensão” da solidariedade interparoquial “para dar testemunho ao mundo”.
Aos padres e aos leigos envolvidos na pastoral, o Cardeal-Patriarca desafiou ainda a “serem no mundo sinal de Cristo Pastor”. “A pastoral, a bem dizer, é a ação de Cristo, hoje Ressuscitado, presente em toda a parte, mas que precisa de olhos para ver e são os nossos, precisa de boca para falar e é a nossa, precisa de mãos para agir e são as nossas. A pastoral é exercício de Cristo Pastor através dos seus, em cada comunidade, em favor dos que estão, dos que ainda não estão e até daqueles que não querem estar, porque Jesus Cristo também não se poupava, viesse quem viesse e fosse quem fosse”, apontou D. Manuel Clemente, expressando o seu anseio para estes mais de dois meses de Visita Pastoral: “Aquilo que mais desejo é que, quer com estas visitas, paróquia a paróquia, quer nos encontros gerais, muito mais ainda cresça nos paroquianos das várias paróquias de Lisboa III a consciência de que Cristo Pastor, desta ou daquela maneira, exerce a sua ação em favor do seu Corpo, que é a Igreja, e do mundo em que está presente, através daqueles e daquelas que desempenham alguma missão”.
Vista Pastoral confiada a Maria
A Visita Pastoral à Vigararia Lisboa III está a decorrer ao mesmo tempo que o Patriarcado de Lisboa recebe a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, como lembrou o vigário desta vigararia, padre Valter Malaquias, no discurso de abertura. “Por feliz coincidência, temos uma outra visita na nossa diocese e na nossa cidade, referimo-nos à visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que visita as dioceses do nosso país na preparação para o Centenário das Aparições. À Virgem Maria, Mãe de Misericórdia, pedimos auxílio e proteção e confiamos esta nossa Visita Pastoral”, exortou o padre Valter.
Também o Cardeal-Patriarca lembrou que “esta Visita Pastoral coincide com outros momentos”. “Um deles, a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, certamente nos levantará o coração e o ânimo! No início de fevereiro, Maria chegará à cidade de Lisboa e serão dias intensos, porque onde passa a Mãe de Jesus o seguimento de Cristo torna-se ainda mais fervoroso”, manifestou D. Manuel Clemente.
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Visita Pastoral à Vigararia Lisboa III
‘Anunciar e testemunhar a misericórdia de Cristo Bom Pastor’
(9 de janeiro a 13 de março)
Programa
Visita Pastoral às paróquias
Alcântara: 12 a 17 de janeiro (D. Joaquim Mendes)
Belém: 12 a 17 de janeiro (D. José Traquina)
Nossa Senhora do Amparo: 18 a 24 de janeiro (D. Nuno Brás)
Prazeres: 19 a 24 de janeiro (D. Joaquim Mendes)
Campolide: 19 a 24 janeiro (D. José Traquina)
Santa Isabel: 26 a 31 de janeiro (D. Joaquim Mendes)
Calhariz: 26 a 31 de janeiro (D. Nuno Brás)
Bairro da Boavista: 26 a 31 de janeiro (D. José Traquina)
Santo Condestável: 2 a 7 de fevereiro (D. Joaquim Mendes)
São Francisco Xavier: 2 a 7 de fevereiro (D. José Traquina)
São Francisco de Paula: 9 a 14 de fevereiro (D. Joaquim Mendes)
Pontinha: 9 a 14 de fevereiro (D. Nuno Brás)
São Vicente de Paulo: 9 a 14 de fevereiro (D. José Traquina)
Santos-o-Velho: 23 a 28 de fevereiro (D. Joaquim Mendes)
São Domingos de Benfica: 23 a 28 de fevereiro (D. Nuno Brás)
Nossa Senhora da Ajuda: 27 de fevereiro a 6 de março (D. José Traquina)
Nossa Senhora da Lapa: 1 a 6 de março (D. Joaquim Mendes)
São Tomás de Aquino: 1 a 6 de março (D. Nuno Brás)
São Mamede: 8 a 13 de março (D. Joaquim Mendes)
Carnide: 8 a 13 de março (D. Nuno Brás)
Bairro do Padre Cruz: a anunciar (D. Nuno Brás)
Encontros gerais, com o Cardeal-Patriarca
Jovens: 15 de janeiro, às 21h30, em Nossa Senhora do Amparo, em Benfica
Catequistas: 29 de janeiro, às 21h30, Prazeres (auditório dos Salesianos)
Agentes da Pastoral Social: 5 de fevereiro, às 21h30, São Vicente de Paulo (Serafina)
Agentes da Pastoral Litúrgica: 12 de fevereiro, às 21h30, Carnide (Seminário da Luz)
Autarcas: 26 de fevereiro, às 21h30, Nossa Senhora da Lapa (Estrela)
Encerramento
13 de março, às 16h00: Eucaristia – Santa Maria de Belém (Jerónimos)
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