A misericórdia é o persistente amor de Deus por todos e cada um. O amor de Deus – que mantém na existência tudo o que existe – não pode deixar de ter as características do próprio Deus: infinito e eterno. Ou seja, é amor que se manifesta em cada momento da história e para com todos.
Se o povo de Israel o viu concretizado ao longo da sua história (“porque é eterna a Sua misericórdia”, repete incessantemente o Salmo 136, ao mesmo tempo que percorre os grandes acontecimentos da Antiga Aliança), nós encontrámos o Seu rosto na pessoa de Jesus de Nazaré.
A misericórdia nem sempre foi bem olhada. Era – e é – encarada muitas vezes como fraqueza. Desde o filósofo pagão Celso, que viveu no séc. II e que acusava os cristãos de ofenderem a Deus por afirmarem o acolhimento que Ele destinava aos pecadores, a tantos filósofos mais contemporâneos (veja-se, por exemplo, Nietzsche que não hesita em afirmar: “Deus morreu: matou-o a sua compaixão pelos homens”) até à defesa que os documentários naturais fazem do direito do mais forte sobre o mais fraco.
E, no entanto, se virmos bem (isto é, se olharmos para cada um de nós, para as nossas atitudes e, sobretudo, para a nossa consciência), a única possibilidade de esperança para o nosso mundo é precisamente o amor de Deus.
Se atendêssemos simplesmente à justiça cega, não teríamos outro destino que não a morte – cada um e todos. E, tendo a morte como destino, então não existiria esperança para o pobre, o oprimido, o fraco. Todos morreriam; mas aquele que viveu de modo egoísta e oprimindo os demais teria gozado a vida, ao menos por alguns momentos.
Ao contrário, a dignidade absoluta do ser humano apenas é possível se Deus for amor, se for misericórdia e graça – amor que não suporta a falta de amor e de perdão, mas igualmente compaixão oferecida a todos e que a todos quer transformar.
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