A Visita Pastoral à paróquia de São Quintino, que terminou no passado dia 31 de outubro, gerou uma “comunidade em comunhão”. Na Missa de encerramento da visita, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, desafiou os cristãos a não terem medo de testemunhar a identidade cristã que “dá sentido a toda a vida”.
Num único dia, foram 15 as capelas que receberam a Visita Pastoral de D. Nuno Brás. Para o pároco de São Quintino, padre Marcelo Boita, o périplo pelos lugares que formam esta paróquia da Vigararia de Alenquer foi “uma grande ajuda” para ver “uma comunidade em comunhão”. A visita, que decorreu simultaneamente na paróquia de Sapataria, foi um momento inédito nos últimos tempos. “Do que se sabe, a última Visita Pastoral foi há 50 anos, quando o Cardeal Cerejeira visitou a paróquia do Sobral de Monte Agraço”, lembra o padre Marcelo. Numa freguesia muito dispersa, e que se une pelas festividades populares, a presença do Bispo conseguiu unir os diferentes lugares da paróquia de São Quintino. “O facto de o senhor Bispo ter ido a todas as terras foi muito importante, mesmo que tenha sido complicado do ponto de vista ‘logístico’. Mas o maior legado desta visita foi a grande participação na Missa de encerramento e igualmente da festa do padroeiro”, observa o padre Marcelo Boita, que afirma que a presença do Bispo “veio juntar a paróquia”. “Nunca pensei que estivesse tanta gente na Missa. É a comunidade em comunhão”, refere.
União da comunidade
Apesar de dispersa, a paróquia de São Quintino congrega cerca de 30 pequenos lugares, chegando a haver três centros de catequese, em Sabugos, Fetais de Nossa Senhora e Casais de Santo Quintino. “Esta é a maior freguesia do concelho de Sobral de Monte Agraço”, revela o padre Marcelo Boita, que faz um retrato pastoral da sua paróquia: “Em termos de grupos e movimentos, estão um pouco espalhados mas procuramos que as festas principais que se celebram no percurso da catequese sejam realizadas na igreja de São Quintino, de forma a haver a noção de paróquia. No entanto, a vida paroquial está muito centrada no Sobral de Monte Agraço, por ser maior e por ser um meio mais urbano”, conta.
A união da comunidade paroquial, gerada pela Visita Pastoral, teve apenas um paralelismo recente. “A visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que passou pela Vigararia de Alenquer, há cerca de um ano, também foi um momento de união de toda a paróquia”, conta o sacerdote, que destaca a festividade anual, que acontece no mês de junho. “Temos uma festa anual, a festa dos ‘taleiguinhos’, onde as pessoas oferecem sacos com trigo que são depois transformados em pão, benzidos e oferecidos. Esta festa acontece, inserida na ‘Feira dos frutos novos’, onde, segundo a tradição, eram oferecidas a Santo Quintino as primícias das colheitas. Essa a única festa do ano onde se junta toda a gente”, revela o padre Marcelo Boita.
Identidade
Na Missa de encerramento da Visita Pastoral à paróquia de São Quintino, D. Nuno Brás, a partir da liturgia festiva do santo que dá o nome à paróquia, convidou os cristãos a questionarem-se sobre a cruz. “O que é isto da cruz, da nossa cruz? Uma doença difícil, incurável... mas a cruz a que o Senhor se refere não é simplesmente isso. O que é a cruz para o cristão, para o seguidor de Jesus? É precisamente aquele momento de dificuldade, todas aquelas realidades adversas que nos veem pelo facto de não desistirmos de sermos cristãos e de querermos sê-lo até ao fim”, exortou D. Nuno Brás, exemplificando com o testemunho perseverante de São Quintino. Nesse sentido, o Bispo Auxiliar de Lisboa apelou aos paroquianos para não terem medo de, tal como São Quintino, dizerem: “‘O meu nome é cristão’. Ser cristão era qualquer coisa que dava sentido a toda a vida deste santo, era aquilo que juntava, dava harmonia, era a sua identidade. Qual é a nossa identidade? O que nós somos verdadeiramente?”, questionou D. Nuno Brás.
Testemunhas da alegria
A Visita Pastoral à paróquia de São Quintino, que terminou no passado dia 31 de outubro, deixa um desafio para o futuro, segundo o pároco: “Fazer com que as pessoas se sintam pertença uns dos outros e anunciem com alegria, tal como o Papa Francisco nos pede: ‘Sejamos testemunhas da alegria de sermos cristãos, na nossa terra’”, destaca o padre Marcelo Boita, que revela sentir “muita falta desta atitude”. “As pessoas podem vir à paróquia, porque as festas são muito bonitas, mas falta o resto, para que depois haja uma continuidade ao longo das celebrações, durante todo o ano. Sem pessoas não há paróquia e a Igreja passa a ser só um monumento. Quando as pessoas se comprometem e acolhem, por exemplo o desafio de serem catequistas, as coisas acontecem”, afirma o jovem sacerdote, convencido de que a Visita Pastoral, com o tema ‘Confirmados na fé e na missão’, “em pleno caminho sinodal, foi uma grande ajuda”.
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A Visita Pastoral à paróquia de Sapataria decorreu de 27 a 31 de outubro, com a presença de D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa.
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