Lisboa |
Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
“A cidade conta connosco para uma procissão que dura a vida inteira”
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Uma “procissão que não dura apenas duas horas” e que conta “inteiramente” com todos os cristãos, como “Corpo de Cristo, presente na família, no trabalho e na escola”. Foi desta forma que o Cardeal-Patriarca de Lisboa se dirigiu aos milhares de fiéis que acompanharam a tradicional procissão do Corpo de Deus pelas ruas da Baixa de Lisboa, no passado Domingo, 7 de junho.

 

Foram milhares de pessoas que marcaram presença na tradicional procissão do Corpo de Deus, que se realizou no final da tarde do passado Domingo, 7 de junho, em Lisboa. No final, no Largo da Sé, na tradicional bênção à cidade, o Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, dirigiu-se a todos os fiéis, saudando-os e exortando-os a serem “Cristo continuado, Eucaristia viva” na vida da cidade de Lisboa e no mundo. “Quero saudar a vós, Corpo de Cristo, presente aqui nesta cidade de Lisboa onde sois o pão vivo descido do Céu, que é Cristo, e que em vós se oferece e nas vossas vidas se entrega. Por isso, a nossa cidade conta inteiramente connosco, porque esta procissão do Corpo de Deus não dura apenas duas horas. Continua a vida inteira, logo, amanhã e depois”, salientou.

 

Suporte

A procissão, que este ano que teve algumas modificações no seu percurso habitual, começou e terminou no Largo da Sé, passando por algumas ruas da Baixa (Rua das Pedras Negras, Rua da Madalena, Poço do Borratem, Praça Martim Moniz, Rua da Palma, Rua Dom Duarte, Praça da Figueira, Rua da Prata, Rua da Conceição, Largo da Madalena e Rua de Santo António da Sé). Na saudação final, D. Manuel Clemente lembrou ainda que aquela manifestação de fé pelas ruas da cidade é “a continuação de algo que começou há dois mil anos”. “Jesus passou, por vezes trazendo consigo muita gente, e noutras vezes pouca... Mas nós estamos aqui, hoje, porque sabemos que Ele não deixou de passar. Nós, os cristãos deste mundo e deste tempo, sabemos que esta procissão continua e que Jesus quis ficar connosco da maneira mais fiel e expressiva, como na Eucaristia aconteceu e acontece, porque Ele sabia que era alimento de muitas vidas, suporte de muita gente, com presenças de solidariedade, proximidade e esperança”, referiu, lembrando depois todos os cristãos que, pela perseguição, não podem realizar e testemunhar, publicamente, a presença de Cristo nas suas vidas.

 

Para todos

A Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, popularmente conhecida como Corpo de Deus, foi celebrada este ano a um Domingo, tal como acontece desde 2013. Na Missa da parte da manhã, na Sé de Lisboa, o Cardeal-Patriarca começou por realçar a importância desta solenidade para a Igreja. “A solenidade de hoje continua a ser importante e oportuna, para nos lembrar a inaudita verdade de um Senhor que connosco quis ficar – e não só na lembrança do que fez, mas sobretudo na substância do que faz e perfaz em cada um que O aceite, como vida da sua vida e alimento da sua fome essencial. Sua e do mundo inteiro”, referiu D. Manuel Clemente, focando a importância da comunhão que “é muito mais do que um momento devoto e emotivo”: “É a total receção de Cristo em nós, palavra em sacramento, e a maior adequação da vida de cada um à vida substancial do Cristo, de todos e para todos. A sua palavra ecoará nas nossas palavras, o seu pensamento converterá os nossos, os seus sentimentos também e a sua vontade sempre”.

 

Connosco

Nesta celebração, na Sé Patriarcal, que antecedeu um momento de adoração do Santíssimo Sacramento, D. Manuel Clemente alertou para a importância de não transformar a comunhão num gesto individualista, mas num sinal para os outros que são “Seu corpo”. “Só muito responsavelmente nos devemos abeirar da comunhão eucarística, conscientes de tudo quanto ela implica, de prática e propósito. Especialmente no que se refere aos laços comunitários, pois quem comunga a Cristo, comunga também com os outros, que são igualmente Seu ‘corpo’. (...) E se ‘corpo’ significa a expressão e comunicação da pessoa, então vamos sendo nós a própria manifestação de Cristo, da Eucaristia para o mundo; e, assim mesmo, a expansão constante da sua entrega pela Igreja e por todos – ou para todos, através da Igreja”, referiu D. Manuel Clemente, na presença de centenas de fiéis que encheram a catedral.

O Cardeal-Patriarca concluiu com um apelo a um maior compromisso dos cristãos de Lisboa para “mostrar Cristo presente”, numa alusão ao refrão do hino do Sínodo Diocesano 2016. “Ele continua a contar connosco, para preparar a grande sala do mundo para a Eucaristia que urge. Em cada família, em cada escola, empresa, hospital ou prisão; em cada país e entre quem não O tenha, num mundo tão dilacerado por exclusões e conflitos… Em qualquer lugar e circunstância, Cristo conta irrecusavelmente com todos e cada um de nós, para realizar a comunhão perfeita”. Perante o reconhecimento de que nem sempre se preparou “a sala de cima, «alcatifada e pronta»”, o Cardeal-Patriarca de Lisboa apelou a um redobrar da “conversão eucarística mais consciente e autêntica”.

texto por Filipe Teixeira; fotos por Arautos do Evangelho
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