O Papa Francisco dedicou a catequese de quarta-feira aos idosos. Na semana em que o Vaticano publicou as normas para reforma económica, as ameaças terroristas reforçaram a segurança no Vaticano, o Papa recebeu os bispos do norte de África e recordou os cristãos raptados na Síria.
1. Descartar e desprezar os idosos é um "pecado mortal", considerou, na passada quarta-feira, dia 4 de março, o Papa Francisco. Durante a audiência-geral, no Vaticano, Francisco recordou que quando era Arcebispo de Buenos Aires, na Argentina, costumava visitar lares de idosos, onde perguntava às pessoas se os familiares os acompanhavam. Para mostrar que abandonar pais e avós é um "pecado mortal", aludiu a um caso particular em que a última visita dos filhos a um idoso tinha acontecido no Natal, quando já se estava em agosto. "Oito meses sem ser visitado pelos filhos! Oito meses abandonado! A isto chama-se pecado mortal. Entendido?", declarou Francisco.
O Papa lembrou que a Igreja não pode tolerar estas atitudes e desafiou os cristãos a cuidarem dos mais velhos. "Devemos despertar o sentimento coletivo de gratidão, apreço, hospitalidade, que faça sentir ao idoso que este é parte ativa da sua comunidade. Porque os idosos são homens e mulheres, pais e mães, dos quais recebemos muito", afirmou. "Todos nós, os idosos, somos algo frágeis; há alguns, no entanto, que são particularmente fracos, muitos estão sós a braços com a doença. Alguns dependem de cuidados indispensáveis e da atenção dos outros. Mas, por esse motivo, vamos dar um passo atrás? Vamos abandoná-los ao seu destino?", perguntou Francisco.
O Papa defendeu que a qualidade de uma "civilização" se mede também pela forma como se respeitam os idosos, porque disso também depende o futuro: "Uma sociedade sem proximidade, onde a gratuidade e o afeto desinteressado vão desaparecendo, mesmo para com os de fora da família, é uma sociedade perversa. A Igreja, fiel à Palavra de Deus, não pode tolerar tais degenerações. Onde não são honrados os idosos, não há futuro para os jovens”.
No final da audiência-geral, o Papa recebeu, das mãos do reitor da Universidade de Lisboa, António Cruz Serra, acompanhado por António Nóvoa, ex-reitor, a ‘Obra Completa do Padre António Vieira’, concluída em dezembro passado. A obra publicada pelo Círculo de Leitores, em 30 volumes divididos em quatro tomos, começou a ser publicada em abril de 2013 e foi considerada pelo historiador José Eduardo Franco, um dos seus coordenadores, "o maior projeto da história editorial portuguesa". A ‘Obra Completa do Padre António Vieira’ juntou 52 investigadores de várias áreas, de Portugal e do Brasil.
2. O Vaticano divulgou, esta terça-feira, dia 3, a nova legislação que governa e regula os esforços para tornar as operações financeiras da Santa Sé mais eficientes e transparentes. As regras dizem respeito a três instituições diferentes: o Conselho Económico, composto por 15 pessoas e que é responsável por orientar as políticas económicas do Vaticano; o Secretariado Económico, responsável por aplicar essas orientações e supervisionar toda a esfera económica da Santa Sé, chefiado pelo cardeal australiano George Pell, e ainda a posição de auditor-geral.
3. A ameaça dos terroristas islâmicos existe e o nível de alerta no Vaticano é um nível alto. Quem o diz é o responsável máximo pela segurança do Papa. Numa entrevista concedida a um jornal italiano, o comandante Domenico Gianni – que vemos sempre ao lado do Papa Francisco – revelou que os serviços de segurança do Vaticano estão em contacto permanente com os seus colegas italianos e de outros países estrangeiros e que o estado de alerta é permanente. As ameaças não vêm só do autodenominado Estado Islâmico, mas há também o risco de haver ações solitárias, o que torna tudo mais perigoso, porque se trata de ações totalmente isoladas e imprevisíveis.
Interrogado sobre como o Papa enfrenta estas ameaças, o comandante Gianni refere que Francisco não pretende abandonar o estilo do seu pontificado, baseado na proximidade e no encontro pessoal com o maior número possível de pessoas.
4. O Papa recebeu na passada segunda-feira, dia 2 de março, no Vaticano, os bispos do Norte de África. Francisco disse que Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia são “uma periferia do mundo” e que os bispos desses países “são o rosto e o coração com o qual Deus chega aquela gente”.
O Papa também agradeceu “a coragem, a lealdade e a perseverança da Igreja líbia que, apesar dos muitos perigos, são autênticas testemunhas do Evangelho”. Francisco encorajou os que permanecem naquele território a “prosseguirem os esforços para contribuírem para a paz e reconciliação em toda a região”.
5. O Papa Francisco voltou a recordar o drama vivido pelas comunidades cristãs na Síria e no Iraque, no passado Domingo, 1 de março, no final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro. Francisco assegura os cristãos das suas insistentes orações, “para que se ponha fim à intolerável brutalidade de que são vítimas”. “Não param de chegar notícias dramáticas da Síria e do Iraque, relativas à violência, sequestros de pessoas e abusos e danos cometidos contra cristãos e membros de outros grupos. Queremos assegurar a quantos se veem envolvidos nestas situações que não os esquecemos”, garantiu ainda o Papa, revelando que esta foi a intenção especial da Missa que celebrou, juntamente com a Cúria Romana, durante os exercícios espirituais, na sexta-feira, dia 27 de fevereiro. No final ao Angelus, o Papa Francisco pediu uns momentos de oração em silêncio por esta intenção.
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