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Síria: dias de desespero na cidade de Aleppo
As mãos vazias da Irmã Annie
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Meu Deus, que posso fazer? Quantas vezes, tantos sacerdotes se questionaram já assim? Que posso eu fazer? Como dar uma ajuda concreta, quando não se tem nada? É difícil, por vezes, imaginar a pobreza imensa em que vivem muitas comunidades cristãs. Como em Aleppo, na Síria.

 

É difícil imaginar a pobreza imensa em que vivem os cristãos na Síria, por causa da guerra civil que deixou em ruínas cidades inteiras. Como Aleppo. Os que puderam fugiram. Aleppo foi a grande metrópole do norte da Síria. Agora é um destroço. Por causa da guerra as infraestruturas colapsaram. As torneiras estão secas, a maior parte das lâmpadas estão cobertas de pó e continuam adormecidas. “As pessoas já se esqueceram do sabor da carne ou da fruta fresca”, lamenta-se a Irmã Annie Demeerjian, das Irmãs de Jesus e Maria. Ela ficou na cidade. Para onde iria, se há tantas pessoas desesperadas ainda a viverem em Aleppo? Para onde iria?

 

Dias de desespero

Para a Irmã Annie, cada dia que passa aumenta o seu desânimo. Ela está em Aleppo para ajudar mas continua de mãos vazias. O seu sorriso tranquiliza, o seu olhar bondoso dá esperança mas não alimenta quem tem fome, não faz esquecer os gritos das bombas a explodirem em sangue, não faz parar a guerra. A Irmã Annie tem uma energia que surpreende. “Se quisermos que os cristãos permaneçam no Médio Oriente, temos de ajudá-los em tudo o que for necessário para que possam sobreviver.” Em Aleppo, como em outras cidades e aldeias na Síria, há uma teimosia que comove. Todos os dias se celebra a missa, mesmo que no meio de escombros. Todos os dias se murmuram orações em favor da paz, mesmo quando tudo à volta parece destruído. Todos os dias alguém recomeça tudo de novo, porque não se pode desistir da vida.

 

Milhões de refugiados

Desde Março de 2011, quando começaram os primeiros tiros da guerra civil, já morreram mais de 150 mil pessoas na Síria e mais de 10 milhões precisam de ajuda humanitária para sobreviverem. Mais de seis milhões perderam as suas casas e estão refugiados algures no país. Cerca de dois milhões estão a viver em campos de refugiados no Líbano, na Jordânia ou na Turquia. A Irmã Annie Demeerjian continua de mãos vazias e todos os dias nos pede mais e mais ajuda. Tudo o que lhe conseguimos dar é sempre insuficiente. Quando se perdeu tudo, um simples cobertor faz toda a diferença para se resistir ao frio agreste do Inverno que está às portas da cidade. Uma barra de sabão e um garrafão de água potável valem mais do que todos os lingotes de ouro que se pudessem oferecer.

 

Verdadeira solidariedade

Jean-Clément, Arcebispo de Aleppo, conhece bem o trabalho da Irmã Annie e a tenacidade dos 16 sacerdotes que, com ele, procuram “acalmar as pessoas aterrorizadas”, como nos disse, há algumas semanas, através de um e-mail. Que fazer para espantar o medo? “Os nossos padres celebram a missa diariamente, essa é a verdadeira solidariedade em Cristo”, diz Jean-Clément, sublinhando que não é fácil a vida na cidade, pois mesmo nos bairros menos afectados pela guerra “há sempre uma granada a cair aqui e ali”. No meio da pobreza imensa, como ajudar esta igreja que sofre? “As intenções de missas, por exemplo – diz – permitem-nos minorar a miséria dos mais pobres. Sem elas, não poderíamos fazer muito, pois os fiéis já não podem apoiar os seus padres e a Igreja, como faziam de boa vontade antes da guerra. Hoje, já nem sabem como irão sobreviver no dia seguinte…”
Cheios de Deus mas de mãos vazias, tanto o Arcebispo Jean-Clément como a irmã Annie Demeerjian precisam da nossa ajuda para alimentarem todos os que ficaram na cidade de Aleppo e que precisam de sobreviver agora ao terrível Inverno. As torneiras continuam secas, as lâmpadas apagadas e as prateleiras vazias. Os cristãos de Aleppo precisam de nós!

 

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DUAS FIGURAS IMPORTANTES VISITAM PORTUGAL PORQUE QUEREM FALAR CONSIGO! VENHA OUVÍ-LOS!

D. Gregorios III Laham, Patriarca da Igreja Católica Greco-Melquita de Antioquia e de todo o Oriente, Alexandria e Jerusalém, e D. Issam John Darwish, Arcebispo de Furzol, Zahle e de Bekaa,

no Líbano

 

31 de Outubro, 17h00

Conferência em Lisboa

D. Gregorios III Laham

Fundação Pro-Dignitate (Lisboa)

Praça da Estrela, 12 - 1º

 

1 de Novembro, 15h00

Conferência em Fátima

D. Gregorios III Laham

Nossa Senhora do Carmo (Fátima)

 

2 de Novembro, 11h00

Missa na Sé Patriarcal

Preside D. Manuel Clemente

Concelebra D. Gregorios III Laham

Transmissão em directo pela TVI

 

4 de Novembro, 17h00

Apresentação do Relatório 2014

Liberdade Religiosa no Mundo

D. Issam John Darwish

Assembleia da República

texto por Paulo Aido, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
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