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À procura da Palavra
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DOMINGO XXVIII COMUM Ano A

"Ide às encruzilhadas dos caminhos

e convidai para as bodas todos os que encontrardes’.” 

Mt 22, 9

 

De refeições está cheia a Bíblia e são incontáveis as referências ao alimento e à preocupação de Deus em que não passemos fome. Mas uma refeição não é apenas condição de subsistência, e ganha densidade de encontro e de celebração da vida que une os comensais. Nos programas televisivos que nos fazem imaginar “chef’s” de qualquer cozinha sublinha-se frequentemente que o acto de cozinhar precisa estar cheio de entrega, de memórias, de alma. Porque o amor com que se prepara uma refeição é o ingrediente que não vem no livro de receitas! 

Ao comparar o Reino dos Céus a um banquete nupcial, Jesus mostra como a sua vida inteira é um convite para a festa que o Pai quer fazer connosco. À religião do sacrifício, do sangue derramado de animais e do cumprimento escrupuloso de preceitos que não produziam alegria, Jesus convida para a celebração da vida e do amor. A dimensão jubilosa da existência não esquece o sofrimento mas procura combater as suas causas, não desvaloriza o esforço mas não alimenta depressões nem esquizofrenias, não idolatra o prazer mas também não o excomunga! O convite a participar neste banquete orienta-nos para um futuro, mas tantas vezes parecemos surdos a este convite. Satisfeitos com a procura do bem-estar e de realizar as necessidades imediatas, assemelhamo-nos aos convidados do evangelho: ou não queremos ir (porque estamos satisfeitos?) ou temos mais que fazer (fechados nos interesses egoístas?).

Mas Deus não desiste. O seu banquete está preparado e Ele vai chamar onde e quem menos se espera. As encruzilhadas dos caminhos sempre foram lugares de grande medo e decisões difíceis. Muitos diziam que era aí que o demónio fazia escolher “maus caminhos”; pois é aí mesmo, nos lugares “menos religiosos”, mais marginais e de periferia, que o Pai envia a convidar para a sua festa. Nas encruzilhadas das comunicações e das linhas enoveladas das nossas vidas, nos horizontes sem futuro, Deus propõe uma festa de alegria.

Curiosamente, onde menos abundam os meios materiais, e onde o dinheiro é um bem que se põe ao serviço de todos, superabundam os dons e qualidades pessoais e o entusiasmo em servir os outros. Como numa mesa cheia de iguarias, muitas vezes o que melhor sabe, porque cozinhados com o coração, são uns pastéis de bacalhau ou uns jaquinzinhos fritos! Sim, todos somos convidados, e todos temos algo para a mesa do banquete. O que nos parece pouco e insignificante pode ter o melhor sabor. E Deus sabe disso muito bem!

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