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A uma janela de Roma
“Acompanhem-me à Albânia com a oração”
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O Papa Francisco pediu a oração de todos pela sua viagem à Albânia, que decorre este Domingo, 21 de setembro. Na semana em que aprovou a canonização de um missionário indo-português, Francisco celebrou o matrimónio de 20 casais e visitou o memorial de guerra em Redipuglia. Foi anunciada nova visita internacional do Papa.

 

1. O Papa Francisco vai estar este Domingo de visita à Albânia e pediu, durante a audiência-geral de quarta-feira, a oração de todos. “No próximo Domingo, com a ajuda de Deus, irei à Albânia. Decidi visitar este país porque sofreu tanto por causa de um terrível regime ateu e agora está a realizar uma pacífica convivência entre as suas diversas componentes religiosas. Desde já, saúdo com afeto o povo albanês e agradeço pela preparação desta visita. Peço a todos para me acompanharem com a oração, por intercessão da Nossa Senhora do Bom Conselho. Obrigado”. Esta será uma visita de um dia apenas.

Nesta audiência pública que decorreu na Praça de São Pedro, no passado dia 17 de setembro, o tema da catequese foi a Igreja Católica e apostólica. “Símbolo evidente da catolicidade da Igreja é que ela fala todas as línguas. E isto não é outra coisa que não o efeito do Pentecostes: é o Espirito Santo, com efeito, que colocou os Apóstolos e toda a Igreja em modo de fazer ressoar a todos, até aos confins da Terra, a Boa Notícia da salvação e do amor de Deus”, lembrou, sublinhando que “se a Igreja nasceu católica, quer dizer que nasceu missionária”.

 

2. O Papa aprovou esta quarta-feira a canonização do padre José Vaz, nascido na Goa portuguesa a 21 de abril de 1651, que foi missionário no Sri Lanka, onde morreu a 16 de janeiro de 1711. O Vaticano anunciou em comunicado que Francisco confirmou “os votos favoráveis” da sessão ordinária da Congregação para as Causas dos Santos em relação a este processo, sem exigir um novo milagre. O sacerdote da Congregação do Oratório foi beatificado por São João Paulo II em janeiro de 1995, durante uma viagem ao Sri Lanka, que Francisco vai visitar em janeiro de 2015. O futuro santo José Vaz foi recordado, na sua beatificação, como “um grande padre missionário”, tendo vivido de forma pobre numa época de perseguição aos cristãos. O sacerdote foi preso e ajudou clandestinamente as comunidades católicas, celebrando Missa de noite, para além de ter traduzido o Evangelho para as línguas tâmil e o cingalês.

A data da canonização ainda não foi anunciada mas deve ocorrer durante a visita do Papa ao Sri Lanka (www.popefrancissrilanka.com), de 13 e 15 de janeiro de 2015.

 

3. O Papa Francisco celebrou o matrimónio de 20 casais italianos, numa celebração no passado Domingo, 14 de setembro. “O amor de Cristo restitui aos esposos a alegria de caminharem juntos. O matrimónio é mesmo isso: o caminho de um homem e mulher juntos, em que o homem tem a obrigação de ajudar a mulher a ser mais mulher, e a mulher tem a obrigação de ajudar o marido a ser mais homem”, começou por dizer o Papa. “É esta a obrigação que tendes uns para com os outros. Amo-te, por isso faço com que sejas mais mulher; amo-te, por isso faço com que sejas mais homem. É a reciprocidade da diferença”, sublinhou.

Ainda no Domingo, recitação do Angelus, o Papa falou da guerra: “Os números são impressionantes. Fala-se de cerca de oito milhões de jovens soldados mortos e sete milhões de civis. Isto faz-nos perceber o quanto a guerra é uma loucura, da qual a humanidade ainda não aprendeu a lição, porque, depois dessa, houve uma II Guerra Mundial e, depois, tantas outras que ainda hoje estão em curso. Quando é que vamos finalmente aprender a lição?”, questionou o Papa, apelando à liberdade religiosa: “Pensemos com emoção nos nossos irmãos e irmãs perseguidos e mortos por causa da sua fidelidade a Cristo. Isso acontece, especialmente, onde a liberdade religiosa ainda não é garantida ou plenamente realizada”.

 

4. Na visita que realizou ao memorial de guerra em Redipuglia, Itália, o Papa apelou ao arrependimento dos promotores dos conflitos e lembrou que a guerra é uma “loucura”. “Por todos os mortos, por todas as vítimas da loucura da guerra de todos os tempos, a humanidade precisa chorar, e esta é a hora de chorar”, disse Francisco durante a Missa que presidiu, durante a manhã de sábado, dia 13 de setembro, por ocasião do centenário da Primeira Guerra Mundial. “Como é possível isto?”. Para o Papa, atualmente estas situações só são possíveis porque “nos bastidores, existem interesses, planos geopolíticos, avidez de dinheiro e poder” e também “a indústria das armas, que parece ser tão importante”. Na homilia, sublinhou que a guerra não respeita ninguém – idosos, crianças, mães, pais – e “transtorna tudo, incluindo a ligação entre irmãos”, mas a resposta de cada um não pode ser a mesma que Caim: “A mim, que me importa? Sou, porventura, guarda do meu irmão?”.

O cemitério austro-húngaro de Fogliano di Redipuglia foi inaugurado em 1938 para servir de última morada a 100 mil italianos que morreram no decurso da Primeira Grande Guerra. Fica localizado a poucos quilómetros da fronteira com a Eslovénia.

 

5. O Papa Francisco vai visitar a Turquia no fim de novembro, na sua primeira viagem a uma nação onde a maioria dos crentes se afirma muçulmana, disse sexta-feira o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. Será uma etapa importante no diálogo com a Igreja ortodoxa de Constantinopla. O convite ao Papa Francisco foi feito pelo Patriarca Bartolomeu já no ano passado, mas Francisco respondeu desafiando-o para uma peregrinação e encontro na Terra Santa – o que aconteceu em maio passado. Agora, a Turquia volta a insistir, desta vez através de uma carta-convite do próprio Presidente Erdogan. Para já, nada se sabe do programa, nem da duração da visita. Certa mesmo será a presença de Francisco na velha Constantinopla – atual Istambul – para a festa de Santo André a 30 de novembro.

Entretanto, O embaixador do Iraque junto da Santa Sé alertou esta semana para os riscos inerentes às visitas que o Papa tem planeadas a países islâmicos, incluindo a Albânia, já esta semana. Habeeb Al Sadr, que representa o Estado iraquiano no Vaticano, diz que o Estado Islâmico, o grupo terrorista que tem perseguido cristãos e membros de outras comunidades não-sunitas nas partes de Síria e do Iraque que controla, quer matar o Papa Francisco. O Vaticano disse que a Igreja estava a par das declarações do embaixador, mas desvalorizou-as.

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