Finalmente o país parece ter acordado para o “Inverno demográfico” dramático que está a viver. Foi necessária a crise nacional e a crise europeia e, com elas, a crise financeira que inevitavelmente conduzirá à falência a breve prazo da Segurança Social para os governantes portugueses chegarem à conclusão de que era urgente tomar medidas para o crescimento da natalidade. Que tenham algo de positivo todas estas crises, já que a voz de tantos, que há anos preanunciavam este estado de coisas, não foi escutada!
No entanto, infelizmente, tenho sérias dúvidas sobre as soluções que estão a ser apontadas. É que não serão suficientes uns euros a mais em subsídios para acabar com a falta de natalidade. Nem o problema é sobretudo de estatística. Quero dizer: a questão não é simplesmente o número de cidadãos que poderão daqui por 30 anos dar o seu contributo para a sustentabilidade do chamado “Estado Social”. Ou seja: a questão não é conseguirmos que, daqui por 30 anos possamos contar com mais um milhão de trabalhadores a pagar os impostos: de pouco isso importa se desse esforço resultar uma sociedade completamente desordenada, escrava do trabalho, do dinheiro e de tudo o que a isso anda habitualmente junto. Daqui por 30 anos não queremos estar na mesma situação de muitos países do chamado “3º mundo”: com biliões de habitantes a realizar trabalho escravo para que uns quantos possam viver no luxo.
A questão, com efeito, não deve ser colocada sobre quantos serão os pagadores de impostos daqui por 30 anos, mas que sociedade queremos para daqui a 30 anos. E, para esta questão, a resposta coincide com aquela que for dada a uma outra: que família queremos daqui por 30 anos? Porque não tenhamos dúvidas: a baixa dramática da natalidade encontra sobretudo as suas razões nos modelos familiares que têm sido protegidos pelos sucessivos governos nacionais e europeus, pelo pensamento “politicamente correcto” espalhado pelos programas escolares em vigor, pelos interesses de minorias que ousam sobrepor a tudo o resto os seus interesses egoístas.
Apesar dos avisos de há muito a esta parte feitos alto e bom som, só agora se procura resolver a baixa natalidade. Há muito que as questões acerca do modelo de família também têm sido levantadas alto e bom som. Esperemos que sejam tomadas a sério, sob pena de, daqui por uns anos, chegarmos à triste conclusão de que é tarde demais!
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