Muito já se disse sobre D. José Policarpo. No entanto, importa que nos questionemos sobre o porquê daquela personalidade tão rica – muita vezes polémica, ainda que sem o procurar intencionalmente – e nunca “banal”, daquele que foi o nosso Pastor durante 15 anos.
A primeira vez que o vi, no já longínquo 1980, estava a rezar; a última vez, no dia da sua passagem para o Pai, estávamos ambos num retiro de oração, em Fátima. No entretanto, muitos foram os momentos que partilhámos: como reitor do Seminário e seminarista, professor e aluno da Universidade, membros da Equipa Formadora dos Olivais, Patriarca de Lisboa e padre do seu presbitério, Bispo Diocesano e Bispo Auxiliar. Por entre vários momentos descontraídos, muitos outros foram de gravidade e de decisões sérias para o presente e o futuro da Igreja.
D. José confessava-se um tímido frente à novidade das situações que se lhe deparavam, mas nunca fugiu de enfrentar um desafio. Nunca quis ser herói, mas agigantava-se quando a situação concreta o requeria. Viveu todos os momentos desta vida na terra mas (sobretudo nos últimos anos) com o desejo do céu.
Olhando agora para os principais desses momentos, creio poder afirmar que toda a personalidade de D. José Policarpo tinha como fundamento a fé em Jesus — aquela atitude que, como teólogo, estudou e ensinou, mas que, como homem e como sacerdote, procurou viver cada vez melhor.
D. José Policarpo era, sobretudo, homem de fé, homem de encontro com Deus e em cuja vida Deus tinha o primeiro lugar.
Se dúvidas houvesse, recordemos apenas as suas palavras no final da celebração do Corpo de Deus do ano passado, quando D. José Policarpo partilhou com todos o que lhe ia no coração: “Confesso que já estou com saudades, mas vamos continuar unidos como membros desta Igreja que amamos. Até aqui vós sabíeis como é que me havíeis de encontrar. A partir daqui nem eu sei garantir-vos, mas há um segredo que vos queria dizer: Quando estiverdes a adorar o Senhor diante da Eucaristia é muito provável que me encontreis lá”. Tenho a certeza de que o encontramos lá.
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