Lisboa |
Natal 2013
“A resposta às necessidades dos outros é o lugar legítimo da celebração do Natal”
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Na Missa do Dia de Natal, o Patriarca de Lisboa sublinhou que o “Verbo incarnado” espera os cristãos “na carne de quem sofre”. Na Sé Patriarcal, D. Manuel Clemente apelou ainda à conversão.

 

“Concluamos de vez que a resposta às necessidades dos outros é o lugar legítimo da celebração do Natal. Percebamos por fim que o Verbo incarnado nos espera aí mesmo, na carne de quem sofre. Refere-o também e expressamente o Papa Francisco, noutro passo da sua exortação: «Às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros» (EG, 270)”, frisou o Patriarca de Lisboa, na Missa de Natal. No dia 25 de dezembro, na primeira celebração de Natal enquanto Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente apelou à conversão: “É certo, amados irmãos, que a quadra natalícia está repleta duma doçura especial, nos reencontros familiares e sociais que felizmente ocasiona. Multiplicamo-nos em expressões de muita arte e afeto, para traduzir um sentimento grande que nesta altura nos toca. Redobramos proximidades, que oxalá se mantenham depois. Mas toda a beleza e aconchego deste dia, não deve alhear-nos do imenso apelo à conversão que sobretudo é. Celebrar a incarnação de Deus na realidade humana, do nascimento num presépio à morte numa cruz, só pode levar-nos ao seu encontro precisamente aí: na frágil e sofredora carne do mundo”.

Nesta celebração, o Patriarca observou ainda que Deus vem ao encontro de todos. “Acolher o Natal de Cristo na nossa carne, é deixar que a sua presença e o seu Espírito nos recriem, no abandono total a um Deus que não desiste de ninguém, esteja onde estiver e como estiver. Como Pai, aguarda sempre o nosso regresso. E, ao contrário do irmão mais velho da parábola, vem buscar-nos em Cristo para lhe regressarmos por fim. Vem buscar-nos aí mesmo onde nos extinguíamos, na carne enfraquecida da humanidade que sofre. Aliás, não nos encontraria doutro modo, como o sabia Ele e, tantas vezes, nos esquecemos nós”.

 

Presépio do mundo

Na Missa da meia-noite no Natal, chamada popularmente Missa do Galo, o Patriarca de Lisboa lembrava ser “muito significativo que o nascimento de Cristo, dois milénios atrás, marque o nosso calendário, de crentes e até de não crentes, do modo tão particular e profundo com que continua sempre”. “Do sentimento pessoal ao ambiente familiar, em muitas instituições particulares ou públicas, no mundo cultural e inter-religioso, perpassa um certo espírito de Natal que a ninguém deixa absolutamente de fora. E, num país como o nosso, em que o cristianismo, mesmo sem ser exclusivo, é propriamente estrutural, tudo isto sobressai, com muitas expressões de verdade, bondade e beleza. Dessas mesmas que tanto requeremos, como pão para a boca e para o espírito”, observou, assegurando: “O Natal de Cristo não perde, antes redobra, a sua novidade e atração, abrindo um futuro que não é outra coisa senão o que aconteceu no presépio de Belém, fazendo-se presépio do mundo”. Nesta celebração na Sé, D. Manuel Clemente não esqueceu a crise. “Sabemos como os grandes problemas que enfrentamos enquanto sociedade também requerem soluções estruturais e propriamente políticas. Mas nenhuma delas se conseguirá sem começar pelo princípio. E o princípio do tempo novo que esta noite celebramos está no coração de quem se dispõe a ser com os outros, dos outros e para os outros. Como o daquele Menino chamado “Emanuel”, que significa precisamente Deus connosco, só percetível quando estamos de facto com os outros”.

 

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Patriarca de Lisboa deixa um apelo à esperança e solidariedade

O Patriarca de Lisboa exortou a "uma esperança preenchida" e a "um empenho renovado para resolver todos os problemas" que afligem a humanidade. Na tradicional Mensagem de Natal na RTP, D. Manuel Clemente frisou que "muitas famílias" vivem "este Natal em circunstâncias difíceis", um conjunto de situações que "pesa, e pesa gravemente, sobre grande parte da sociedade” e convidou à esperança: “Olhemos à nossa volta, olhemos para a nossa família, olhemos para os nossos ambientes, olhemos para as nossas vizinhanças, que muitas vezes se chamam assim mas realmente já não o são, e então vejamos de que situação, de que periferia, de que marginalidade até, nos temos que abeirar. E vamos! Pode ser já nesta noite, aí na casa em que me escutais, para algum familiar que esteja sozinho, para algum amigo que esteja fechado num problema de que não consegue sair. Tenhamos uma atitude! Pode ser um telefonema, pode ser uma mensagem. Comecemos hoje, continuemos amanhã. Há Natal para todos”.

 

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Patriarca abençoa grávidas

O Patriarca de Lisboa abençoou perto de meia centena de grávidas, no dia 21 de dezembro, numa iniciativa ‘Presépio na Cidade’. Foi um dos momentos que marcou a ‘Via da Alegria’ pelas ruas da capital, que simbolizou o caminho da Sagrada Família até Belém. Na bênção, D. Manuel Clemente sublinhou a importância da vida. “Oiçam, particularmente os casais cristãos e as mães que tem crianças em gestação, aquela primeira palavra que Deus nunca deixa de dizer e que é: existi, vivei”, afirmou o Patriarca.

 

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D. Clemente agradece trabalho com sem-abrigo

Durante a Eucaristia na 25ª Festa de Natal com as pessoas sem-abrigo, organizada pela Comunidade Vida e Paz, o Patriarca de Lisboa agradeceu todo o trabalho com esta população. Sublinhando que todas as experiências comunitárias são "experiências de Deus", D. Manuel Clemente frisou que a Comunidade Vida e Paz é "uma experiência religiosa de primeira". A Festa de Natal deste ano teve 3345 convidados, um acréscimo de cerca de 12% em relação a 2012.

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