DOMINGO III DO ADVENTO Ano A
"És Tu Aquele que há-de vir,
ou devemos esperar outro?.”
Mt 11, 2
Da prisão onde aguardava a vinda fulminante do Messias enquanto via o seu tempo esgotar-se, João Baptista ouve falar de Jesus e espanta-se com o que ouve dizer. Então não seria agora o momento de fazer o levantamento dos indignados de Israel, dos injustiçados das políticas estrangeiras, dos revoltados pela corrupção de reis e senhores, e avançar para estabelecer a força justiceira do seu reinado de Messias? Porque se gastava em discursos, belos, sem dúvida, mas pouco galvanizadores, e se dispersava a curar cegos e coxos que nem força tinham para pegar numa arma? Havia qualquer coisa que não batia certo! Por isso envia discípulos para tirar as dúvidas.
Em todos os tempos se sonhou com salvadores providenciais, “sebastiões” e outros messias poderosos que estabelecessem novos reinos sobre as ruínas dos anteriores, e pela força de armas ou pela demagogia mudassem os “boys” (que os há em todo o lado!) e espalhassem privilégios à nova classe. É verdade que se isso se fizesse com pouco esforço de todos, melhor ainda.
Jesus responde com gestos de cura e libertação. Não pretende nenhum título e revela claramente que não vem destruir ninguém, mas salvar e curar. A sua vida está voltada para os que sofrem, para os que nada valem aos olhos de governantes e privilegiados (nesse tempo nem um voto valiam!). Anuncia a Boa Nova aos pobres, pois reconhece que eles são a verdadeira força transformadora do mundo. Não quer mudar as estruturas sem propôr a conversão das pessoas, sem lhes oferecer o amor que é a condição para mudarmos por dentro. E isso reclama tempo e proximidade, gosto em estar com as pessoas e riso e lágrimas partilhados. Às crises de todos os tempos oferece os critérios da verdade e do serviço, da privilegiada atenção aos mais pobres e do compromisso por valores, do amor incondicional de Deus e da responsabilidade de todos.
Se nos perguntarem se somos discípulos de Jesus com que sinais respondemos? Como estamos próximos dos que sofrem, e presente junto dos doentes e dos que não têm ninguém? Que tempo oferecemos a quem precisa de desabafar ou simplesmente contar a sua vida? Que vida sã circula nas nossas comunidades, capaz de encher de alegria e paz aqueles que tocamos? Que valores norteiam a nossa relação com Jesus e com os outros? A esperança concretiza-se em obras que estão ao alcance de cada um, que se tornam possíveis quando aceitamos que a nossa pobreza pode ser dom para outros. É assim que se espera o Senhor: realizando a sua vida nos gestos inesperados e generosos, simples e cheios de graça que se distribuem como pão a quem tem fome! Ninguém desvalorize o que se dá com amor!
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