Missão |
Pe. Albino Brás
Perseverança e fé
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O Pe. Albino Manuel Lourenço Brás nasceu a 15 de Agosto de 1965, no dia de Nossa Senhora da Assunção, num dia duplamente festivo, pois era também um domingo. É o mais novo de 6 irmãos, tendo vivido e crescido com todos eles na pequena aldeia da Loureira, na freguesia de Pussos, concelho de Alvaiázere, distrito de Leiria, diocese de Coimbra.

 

Do campo para o Seminário

A 6 de Outubro de 1979 entrou no Seminário dos Missionários da Consolata, em Fátima. Tinha 12 anos quando um missionário deste instituto religioso foi à escola onde estudava, em Alvaiázere, à aula que então se chamava Religião e Moral. “Falou de África, dos pobres, das missões. Mostrou slides com imagens e mensagens das missões. Fiquei sensibilizado. Deu uma ficha para preenchermos o que queríamos ser. Havia uma lista com possíveis respostas: advogado, engenheiro, padre missionário, bombeiro… Eu coloquei a cruz na opção de padre, talvez pela emoção que me deixaram aquelas imagens de crianças pobres e maltrapilhas, e muitas mais necessitadas que eu, e - porque não dizê-lo -, também pelo exotismo das paisagens. E, quem sabe, também, para cair bem ao sacerdote que ali se deslocou para nos falar das missões.” O certo é que no verão seguinte, em Agosto, fez um estágio de uma semana no seminário da Consolata em Fátima.

De 1985 a 1988 estudou Filosofia na Universidade Católica. Em 1988/89 fez o noviciado em Vittorio Venetto, no norte da Itália, onde o Instituto tinha o noviciado europeu. Quando acabou esta etapa da formação religiosa percebeu que se identificava com o evangelho de Jesus e com o carisma, a espiritualidade e a Missão dos Missionários da Consolata. Fez a profissão dos votos temporários a 20 de Agosto de 1989. Em 2014 completará 25 anos de profissão religiosa. Após o Noviciado, foi destinado a Madrid onde se licenciou em Teologia (1989-1992), na Universidade Pontifica de Comillas, dos jesuítas.

Em seguida, para confirmar a sua vocação e o seu serviço à missão, fez um estágio pastoral de dois anos em São Paulo (1993-1994), no Brasil. No dia 6 de Fevereiro de 1996 defendeu a tese de mestrado, com nota máxima dos 3 membros do júri. O tema era na linha da Moral, Ética e Bioética: “SIDA y Tercer Mundo: Una llamada a la ética y a la solidaridad”, foi o título da tese. Mais tarde foi publicado um livro a partir da investigação feita na tese, com o mesmo título.

A 20 de Outubro de 1996 foi o grande dia da sua ordenação sacerdotal, pela imposição das mãos do então bispo de Coimbra, D. João Alves, recentemente falecido. “Foi na minha paróquia, dedicada a Santo Estêvão, em Pussos, onde já tinha sido batizado. O ano da minha ordenação foi cheio de sentimentos e emoções fortes: o meu pai faleceu, de doença, a 29 de janeiro (com 73 anos) e o meu irmão Jorge faleceu (atropelado) a 13 de julho, com apenas 35 anos. A 20 de outubro do mesmo ano fui ordenado sacerdote. Fui questionado por várias pessoas como é que eu ia manter a decisão e a data da ordenação. Entreguei tudo nas mãos de Deus. Confiei as minhas dores e fragilidades ao Senhor da vida.”

 

Labor Pastoral e Evangelizador

A Direção Geral do Instituto deu-lhe como primeiro destino, já como padre missionário, o Brasil. Ali trabalhou na Paróquia N. Sra. da Consolata, na zona norte do Rio de Janeiro, no bairro de Benfica. Chegou a 17 de maio de 1997 e ali permaneceu até 14 de janeiro de 2005, quando voltou novamente para Portugal. 

“Foi o meu primeiro campo de apostolado como padre missionário. Vivi numa comunidade religiosa missionária 100% internacional: um português (eu), um moçambicano e um italiano. Nós dedicamo-nos a evangelizar essa pequena parcela de Igreja que nos foi confiada no Rio de Janeiro. Um trabalho desafiador, sobretudo num contexto de favelas onde estavam as sete comunidades da Paróquia. Ali aprendi o melhor do meu ministério sacerdotal e da minha vida missionária.”

 

Regresso à Europa

No início de 2005 regressou a Portugal, para a comunidade da Consolata em Fátima. “Senti que foi uma mudança enorme: de uma Igreja popular, com ‘cheiro de ovelha’ para uma Igreja mais sacralizada, mais devocional. Ali trabalhei no Centro Missionário Allamano. Fui diretor do Secretariado para a Missão, dos Missionários da Consolata em Portugal; fui Animador Missionário, Conselheiro da Região portuguesa dos Missionários da Consolata, por dois mandatos. Fui ainda diretor do Curso de Missiologia entre 2005 e 2012. Acompanhei grupos de pastoral juvenil; dirigi o site da congregação em Portugal – consolata.pt - e o blog juvenil CJovem e ainda deu tempo para escrever regularmente para a Fátima Missionária, entre outras atividades.”

 

A Missão num Bairro Social

Em setembro de 2013, a pedido do superior regional, o Pe. Albino iniciou uma nova missão, desta feita no Bairro do Zambujal, na Amadora, onde se encontra atualmente. Vive num apartamento, numa comunidade religiosa, de inserção, dentro do Bairro, composta por 3 missionários. É uma comunidade religiosa 100% multicultural e intercontinental: “Somos 2 padres: eu, português, o P. Maurício, argentino, e o seminarista Bernard Obiero, do Quénia, que vai ser ordenado diácono a 1 de dezembro deste ano, no Mosteiro dos Jerónimos. Três países, três continentes. Mais internacional impossível. E como é bom descobrir que quem nos une não é um clube, uma ideologia qualquer, mas um Deus que nos desafia a olhar o mundo como lugar onde a semente do evangelho continua a ser lançada e a massa continua a ser fermentada. Sinto que é, mais uma vez, o apelo da missão que me animou em abraçar este desafio pastoral.”

Os missionários da Consolata já acompanham pastoralmente este Bairro do Zambujal desde 2003. Este ano celebram, ali, uma década de Missão. “Estamos mais perto do povo e das suas problemáticas, sentindo o pulsar do Bairro por dentro. Um bairro social que alberga uma grande diversidade de povos e etnias, sobretudo de origem africano e uma grande comunidade de etnia cigana. Esta é uma missão marcada pela riqueza da diversidade, da multiculturalidade, de sabores e de cores as mais diversas, mas também pela dureza da pobreza, do preconceito racial e da exclusão.”

texto por Vanessa Furtado, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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