DOMINGO XXXIII COMUM Ano C
"Eu vos darei língua e sabedoria
a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.”
Lc 21, 15
É conhecida a famosa expressão, creio que de um treinador de futebol, que, antes de um jogo importante, disse: “Prognósticos? Só no fim do jogo!” E a propósito também canta o Sérgio Godinho que “adivinhar o futuro é muito duro, é muito duro / sai sempre o cálculo furado…”. Nas questões do futuro podemos imaginar e projectar imensas coisas, mas haverá sempre uma ponta de surpresa e inesperado que não se domina. Daí que, muito antes de haver ecografias, um certo médico, famoso por acertar sempre no sexo do bebé que ia nascer, precavia-se escrevendo na ficha da futura mãe o contrário do que lhe dizia. Como só lhe perguntavam quando errava, ia consultar o processo e, afinal, tinha acertado!
O Evangelho não é um tratado de futurologia nem o género apocalíptico um mapa do futuro. Nas descrições de convulsões e guerras, de “não ficar pedra sobre pedra”, apenas se sublinha como o mundo e a história se faz de dinamismo e mudança, de erro e aprendizagem. Mas o importante é que “o sol de justiça” (anunciado pelo profeta Malaquias) já nasceu, e os raios em que traz a salvação podem ser os braços de Jesus abertos na cruz. Mas não serão também as vidas contagiantes e coerentes dos que vivem unidos a Ele? Ao prometer estar presente no meio das nossas dificuldades, e dar-nos “língua e sabedoria” para responder diante dos tribunais, Jesus convida à preseverança. A unirmos forças no essencial, a aceitarmos que caia muito “brique-a-braque” religioso que parece ser tão indispensável à missão da Igreja, a despojarmo-nos de triunfalismos e privilégios que precisamos perguntar se verdadeiramente agradam a Deus.
Já viviam tempos difíceis as comunidades cristãs quando S. Lucas escreveu o seu Evangelho. As palavras de Jesus são alento e confiança para testemunhar a novidade da fé cristã. Diante da verdade de todos serem chamados a viver como filhos de Deus, não pode haver lugar para a escravidão, para o endeusamento do poder e do dinheiro, para o espezinhar da dignidade humana, para a manutenção da injustiça e da guerra. Mesmo com dois mil anos de crescimento social e humano continuam tão actuais os motivos pelos quais os cristãos foram conduzidos aos tribunais e perseguidos! E mesmo com a clareza do Evangelho quanto do nosso testemunho cristão foi (e é) ainda distante da vida fraterna e misericordiosa que Jesus nos ofereceu para partilharmos?
Porque acredito que Deus não só é o nosso futuro mas já acompanha o nosso presente, gostava que não crescesse o medo do futuro. E ainda que o desânimo e a falta de esperança pareçam vencer, é possível encontrar suplementos de alma que fazem a diferença. Podemos chamar-lhes coerência, responsabilidade, verdade e coragem! Queremos vivê-las um pouco mais?
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