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A uma janela de Roma
“Procurai confiar na ajuda de Deus, mediante a oração filial”
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O Papa Francisco pediu orações pelo Iraque. Na semana em que recebeu a Prémio Nobel da Paz de 1991, o Papa encontrou-se com famílias cristãs de todo o mundo, falou da confissão e da missão dos bispos.

 

1. O Papa pediu, esta quarta-feira, orações pela paz no Iraque, horas depois de mais um ataque suicida no país ter causado pelo menos 11 mortos e duas dezenas de feridos. No final da habitual audiência-geral, no Vaticano, Francisco dirigiu-se à delegação de representantes dos diferentes grupos religiosos iraquianos que marcou presença na Praça de São Pedro: “Convido-vos a rezar pela querida nação iraquiana, infelizmente atingida, todos os dias, por trágicos episódios de violência, para que encontre o caminho da reconciliação, da paz, da unidade e da estabilidade”. Esta delegação de iraquianos participa, desde terça-feira, em Roma, num encontro promovido pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso.

Já quando saudou os peregrinos de língua árabe, em especial os provenientes do Iraque, o Papa tinha pedido que se apoiem uns aos outros na oração: “Quando experimentarem inseguranças, desânimo e mesmo dúvidas no caminho da fé, procurai confiar na ajuda de Deus, mediante a oração filial, encontrando ao mesmo tempo a coragem e a humildade de vos abrirdes aos outros. Como é belo apoiarmo-nos uns aos outros no caminho da fé! Que o Senhor vos abençoe”.

 

2. O Papa Francisco encontrou-se, na manhã de segunda-feira, 28 de outubro, no Vaticano, com a birmanesa Aung San Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz em 1991 e figura de proa da luta pela democracia na Birmânia, país conhecido também por Myanmar. A ativista está na Europa, tendo sido distinguida recentemente com o prémio Sakharov, e passou por Roma, onde foi recebida pelo Papa Francisco na biblioteca papal. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, o encontro “correu de forma muito harmoniosa” e os dois conversaram sobre “a cultura do encontro e o diálogo inter-religioso”. San Suu kyi passou mais de duas décadas em prisão domiciliária por se opor à junta militar birmanesa. Foi eleita deputada o ano passado depois da abertura política em Myanmar, um país onde os católicos representam apenas cerca de um por cento da população.

Também nesse dia, o Papa recebeu em audiência o presidente do Banco Mundial, o americano Jim Yong Kim. “O que o Papa prega contra a pobreza e a favor da inclusão é o mesmo que nós pedimos”, disse Kim, à imprensa, no fim do encontro. Jim Yong Kim, que trabalhou muitos anos na América Latina, conversou com o Papa argentino em espanhol e destacou que Francisco se tornou uma voz poderosa dos pobres no mundo desde que foi eleito Papa, em março. “A sua liderança e participação no movimento global para acabar com a fome no mundo é extremamente eficaz. Francisco é um grande defensor desta causa”, acentuou o presidente do Banco Mundial.

 

3. O Papa lembrou que o sacramento do Matrimónio “não se reduz a uma linda cerimónia”. Num encontro no Vaticano, no passado sábado, dia 26, com famílias cristãs de todo o mundo, por ocasião do Ano da Fé, Francisco deixou uma palavra especial para os casais cristãos. “Os esposos cristãos não são ingénuos, conhecem os problemas e os perigos da vida mas não têm medo de assumir a própria responsabilidade, diante de Deus e da sociedade. Sem fugir nem isolar-se, sem renunciar à missão de formar uma família e trazer ao mundo filhos”. Neste encontro, o Papa deixou um aviso acerca do sacramento do Matrimónio. “Os cristãos casam-se sacramentalmente porque estão cientes de precisarem do sacramento. Precisam dele para viver unidos entre si e cumprir a missão de pais”.

Aos netos, o Papa Francisco deixou uma interpelação e um conselho: “Eu pergunto-vos: escutam os avós? Abrem os vossos corações à memória que nos dão os avós? Os avós são a sabedoria de uma família, são a sabedoria de um povo e um povo que não escuta os avós é um povo que morre. Ouçam os avós”.

 

4. O Papa sublinhou a importância da confissão. “Confessar os nossos pecados não é ir a uma sessão de psiquiatria, nem ir a uma sala de tortura, é dizer ao Senhor: ‘Senhor, sou pecador’, mas dizê-lo através do irmão, para que este ato de dizer seja concreto”, referiu Francisco, na homilia da Missa na Casa de Santa Marta, no passado dia 25 de outubro. “Os miúdos têm essa sabedoria; quando uma criança vem confessar-se, nunca diz generalidades. ‘Padre, fiz isto à minha tia’… ‘ao outro, disse uma asneira’ – e dizem a palavra! São concretos! Têm a simplicidade da verdade, enquanto nós temos sempre a tendência para esconder a realidade das nossas misérias”, observou, salientando que o sacramento da reconciliação é uma graça. “Mas há uma coisa bela: quando confessamos os nossos pecados, tal como são na presença de Deus, sentimos sempre vergonha… Envergonhar-se perante Deus é uma graça!”.

 

5. Na ordenação de dois novos bispos, ambos diplomatas da Santa Sé, o Papa lembrou que aos bispos compete servir. “Ao bispo compete mais servir do que dominar. Um bispo que não reza é um bispo que fica a meio caminho. E se não reza ao Senhor, acaba na mundanidade. O amor do bispo é amar com amor de pai e de irmão todos aqueles que Deus vos confia; antes de tudo, amai os padres e diáconos. São os mais próximos dos próximos. Nunca façam um presbítero esperar por uma audiência. Respondam-lhe logo. Estejam próximo deles”, pediu Francisco, durante a ordenação, no dia 24, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

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