Não posso deixar de prestar aqui uma sentida homenagem a um Bispo que há pouco nos deixou: D. António Baltasar Marcelino.
Muitos ainda o recordarão dos tempos em que percorria sem descanso mas com inigualável persistência as estradas da nossa diocese, em particular da região pastoral do Oeste. Sobretudo aqui, conquistou a amizade e a admiração de sacerdotes e leigos, que escutavam as suas palavras e, por meio delas e do seu exemplo, se aproximavam de Jesus.
Eram tempos difíceis para a Igreja e para o nosso país, esses dos finais dos anos 70. Mas da pessoa de D. António Marcelino vinha sempre uma palavra de entusiasmo e de esperança e, ao mesmo tempo, a proximidade do pastor que partilha dificuldades e alegrias, mas que não deixa nunca de apontar novos rumos, desinstala, protesta, conforta.
Não posso esconder que o seu exemplo de sacerdote foi um dos que me fez colocar seriamente a possibilidade de ser padre. Aliás, quando lhe disse que ia entrar no Seminário, respondeu-me: “Já sei. Julgas que não estou a par do que se passa na nossa diocese?”
Mesmo depois de deixar o Patriarcado e rumar para Aveiro, em 1980, quando por algum motivo nos encontrávamos, nunca deixava de partilhar alguma palavra, algum pensamento, alguma iniciativa.
Em particular, nestes últimos anos em que vivi com ele o ministério episcopal, duas características marcavam a sua personalidade: a incapacidade de estar parado e o sonho constante de novas perspectivas, de novas realidades. Tudo isto animado pela fé profunda mas sempre disponível para escutar com atenção as interrogações do homem contemporâneo.
D. António Marcelino vivia a urgência do Reino em todas as suas dimensões, tal como pressentia a sua novidade. Mesmo agora, certo que estou de que goza da paz de Deus, confesso que me é difícil pensar que esteja parado.
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