Quando era criança, havia a época do berlinde, do toca-e-foge, do pião... consoante a vontade de todos em jogar determinados jogos. E, quando estávamos fartos de um jogo, havia sempre alguém que se lembrava de “mudar de época”.
Hoje é óbvio que também que existem, essencialmente para os comerciantes, as épocas do Natal, do fim do ano, dos saldos, do dia dos namorados, do Verão...
Em princípio, não tenho nada contra as “épocas”. Aliás, a liturgia também tem os seus tempos e ciclos, distribuídos ao longo do ano. Fazem parte do viver humano e da sua ligação à própria natureza, também ela cheia de “épocas”.
Mas, ultimamente, tenho tomado consciência de que as greves têm, também, as suas épocas. Não se trata de usar aquilo que é um direito indiscutível dos trabalhadores (e que deveria constituir sempre a sua última arma) para protestar contra alguma situação concreta em que os seus direitos são postos em causa. Trata-se antes de, por altura da apresentação do Orçamento do Estado e no início de mais um ano de trabalho, fazer um conjunto de greves, para marcar posições negociais, ou para, simplesmente, destabilizar o país e, ao mesmo tempo, justificar o trabalho de uns quantos que assumiram como tarefa laboral a promoção destes e doutros protestos.
Pouco importa se essas greves vão impedir outros de trabalhar; pouco importa se a situação económica nacional piora com as mesmas; pouco importa se as razões são meramente encontradas porque é necessário apontar algum pretexto para cumprir o ritual das greves; pouco importa, até, se, com tantas greves deste género se está a matar a eficácia da própria greve como último e sério recurso dos trabalhadores. O que importa é, apenas, fazer greve na época determinada.
Confesso que não sei qual a solução para este problema. Mas creio que é claro que não será deste modo que se defendem os direitos dos trabalhadores. De todos os trabalhadores.
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