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A uma janela de Roma
“A Igreja é para todos”
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O Papa garantiu que a Igreja é universal. Na semana em que considerou uma “vergonha” a tragédia de Lampedusa, Francisco visitou Assis, convocou um Sínodo sobre a família e reuniu o conselho dos oito cardeais.

 

1. O Papa Francisco, na catequese desta quarta-feira, lembrou que quando se diz que a Igreja é “una, santa e católica” significa que é universal: “Não é para um grupo de elite, é para todos”. Foi durante a audiência-geral da passada quarta-feira, dia 9, onde o Papa falou sobre a catolicidade da Igreja. “A Igreja é católica porque é o espaço, a casa onde nos é anunciada por inteiro a fé, onde a salvação que nos trouxe Cristo é oferecida a todos”. Neste sentido, sublinhou que “a Igreja não é um grupo de elite, não é só para alguns”, mas para a “totalidade do ser humano”. Francisco convidou ainda à missão. “Pequenas ou grandes comunidades, todos devemos abrir as nossas portas e sair pelo Evangelho”, alertou.

 

2. Ainda durante a audiência-geral, o Papa recordou a tragédia de Lampedusa, evocando as vítimas do naufrágio. Francisco saudou os Bispos das Igrejas da Eritreia e da Etiópia que foram a Itália para uma celebração em memória dos imigrantes falecidos, grande parte dos quais vinham desses dois países. “Saúdo com especial afeto os Bispos da Igreja de tradição alexandrina da Etiópia e da Eritreia, dos quais me sinto particularmente próximo na oração e na dor pelos muitos filhos da sua terra que perderam a vida na tragédia de Lampedusa”, disse Francisco.

Já no Angelus do passado Domingo o Papa tinha pedido orações pelos que perderam a vida em Lampedusa. “Quero recordar convosco as pessoas que perderam a vida em Lampedusa, na quinta-feira passada. Rezemos todos em silêncio por estes nossos irmãos e irmãs. Mulheres, homens, crianças... Deixemos chorar o nosso coração. Rezemos em silêncio”, pediu Francisco.

No dia do naufrágio, a 3 de outubro, o Papa Francisco considerou esta tragédia uma vergonha. “Falando de paz e da desumana crise económica mundial, que é um grave sintoma da falta de respeito pelo homem, não posso deixar de recordar, com grande dor, as numerosas vítimas do enésimo trágico naufrágio de hoje ao largo de Lampedusa. Ocorre-me a palavra ‘vergonha’… É uma vergonha!”, observou.

 

3. O Papa visitou Assis, no passado dia 4 de outubro, e num encontro com membros do clero, da vida consagrada e pessoas empenhadas na vida pastoral, como por exemplo catequistas, deixou recomendações para melhor cumprirem a missão da Igreja. “Como pode pregar se antes não abriu o coração nem ouviu em silêncio a palavra de Deus? Dirá homilias intermináveis, aborrecidas, das quais não se percebe nada! Penso nos pais e nas mães que são os primeiros educadores: como podem educar, se a sua consciência não está iluminada pela Palavra de Deus? Que testemunho lhes dão? Do lhes falam, da palavra de Deus ou pela palavra dos telejornais? Falem da Palavra de Deus!”, pediu. Neste encontro na catedral, Francisco sublinhou o poder do perdão. “Reconhecer os erros e pedir perdão, mas também, aceitar as desculpas dos outros, perdoando. Às vezes penso nos casais que, depois de tantos anos, se separam. “Não nos entendemos… afastámo-nos…”. Talvez não tenham sabido pedir desculpa a tempo, perdoar a tempo! Eu digo sempre aos jovens casais, dou-lhes este conselho: Discutam o que quiserem, podem voar pratos, não faz mal, mas nunca terminem o dia sem fazer a paz!”, aconselhou.

Depois, num encontro com milhares de jovens, o Papa lembrou a importância do casamento como uma relação para a vida. “Pensemos nos nossos pais, avós e bisavós: casaram-se em condições  muito mais pobres do que as nossas, alguns em tempo de guerra, ou depois da guerra; alguns emigraram, como os meus pais. Onde arranjaram força? Arranjaram-na na certeza de que o Senhor estava com eles, que a família é abençoada por deus com o sacramento do matrimónio e que é abençoada a missão de pôr filhos no mundo e educa-los”.

Quando chegou a Assis, Francisco passou por um grupo de crianças e jovens com necessidades especiais, alguns dos quais deficientes profundos. Quando tomou a palavra, o Papa deixou de lado o discurso que tinha preparado, sobre a cultura do descartável que se opõe à cultura do acolhimento, para destacar o exemplo de Cristo e lembrar a necessidade de atender as contrariedades que persistem no dia-a-dia de muitos. “Nós estamos entre as chagas de Jesus. Estas chagas precisam de ser consideradas e reconhecidas. Mas é interessante: Jesus, quando ressuscitou, era belíssimo, não tinha no seu corpo nem marcas nem feridas, nada. Era belo! Só que quis conservar as chagas e levou-as para o céu. As chagas de Jesus estão aqui e estão no céu, diante do Pai”, afirmou.

 

4. O Papa Francisco convocou uma assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos para debater “os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”, anunciou esta terça-feira o Vaticano. A terceira reunião extraordinária do organismo consultivo vai decorrer entre 5 e 19 de outubro de 2014.

 

5. A constituição ‘Pastor Bonus’, que até agora regulava a Cúria romana, tem os dias contados. O conselho dos oito cardeais que se reuniu na passada semana à porta fechada com Francisco terminou dia 3 e decidiu-se por uma nova constituição apostólica. Segundo explicações do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, a intenção do novo texto é pôr em relevo a natureza de serviço da Cúria universal para com as Igrejas locais, em termos de subsidiariedade e não de modo centralizador. O padre Lombardi afirmou ser neste contexto que se devem enquadrar as futuras funções e o papel da Secretaria de Estado que deverá ser uma espécie de “secretaria do Papa”.

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