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Egipto: dias de insegurança e medo entre a comunidade cristã
Susto permanente
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É um pesadelo que não tem fim. A vida dos cristãos no Egipto continua debaixo de ameaça constante e são cada vez mais as famílias que pedem ajuda. Que nos pedem ajuda.

 

A.W. não pode ser identificado. Tem medo de represálias. De mais represálias. Tem 40 anos, é cristão, casado, pai de três filhos e dono de uma pequena livraria. Melhor: era dono. Tudo corria bem antes da chamada Primavera Árabe que depôs Mubarak da presidência do país e levou a Irmandade Muçulmana ao poder. Nesses meses de euforia em que o poder praticamente caiu na rua, a sua livraria foi incendiada, tal como foram destruídas muitas outras lojas e propriedades dos cristãos. Nem Igrejas escaparam.

 

Procurar renascer

Foi um duro golpe, mas A.W. encarou o incidente como um acaso e voltou a arregaçar as mangas. Afinal, a sua livraria era mais do que um negócio: era o sustento da família. Foi ao banco, pediu um empréstimo e fez renascer literalmente a sua livraria das cinzas. Tudo parecia bem quando, no passado dia 14 de Agosto, novo incêndio criminoso fez ruir tudo. Agora, A.W. é um homem diferente. Sente-se derrotado, incapaz de sustentar a sua família. Sente-se humilhado. O banco não quer saber das suas razões. Emprestar-lhe mais dinheiro está fora de questão. A.W. passou, num curto espaço de tempo, de empresário promissor a cliente incumpridor. Nos critérios do banco, ser cristão, ter sido alvo de um duplo atentado, não conta para a avaliação dos clientes. “Ninguém me dá emprego”, desabafa, amargamente, numa carta que escreveu à Fundação AIS. “Rezo a Deus para que ajude a minha família e permita que possamos continuar a viver aqui no Egipto”.

 

Violência permanente

Antes da recente intervenção dos militares, que retiraram o líder da Irmandade Muçulmana da presidência do Egipto, era raro o dia em que a comunidade cristã não sofria algum tipo de ataque. Lojas, habitações, igrejas, foram alvo de vandalismo, de violência organizada, de ataques armados. No entanto, nem a intervenção das Forças Armadas, com a prisão dos principais líderes da Irmandade Muçulmana, sob a acusação de instigação ao ódio e à violência, veio acalmar a fúria e fez terminar os ataques contra os cristãos.

A.W. é apenas um exemplo na imensa tragédia em que está mergulhada a comunidade cristã no Egipto. Como ele são inúmeros os cristãos que temem pelo seu futuro, que não sabem como vão conseguir sobreviver, como vai ser o dia de amanhã. A.W. está aflito e nem pode, sequer, dizer o seu nome para não ser denunciado. Pede-nos ajuda. Vamos ignorar a sua carta?

 

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt | 217 544 000

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