A guerra civil na Síria trouxe de novo esta estatística para a luz do dia. Mais de 2 milhões de homens, mulheres e crianças em fuga deste país em destruição amontoam-se agora em campos improvisados. A tragédia é imensa: a cada 4 segundos, alguém no mundo torna-se refugiado.
Muitos tornam-se cidadãos do nada. Perdem documentos, família, emprego, casa, tudo o que amealharam ao longo da vida. Por causa de guerras, de conflitos étnicos e religiosos, por causa da intolerância, milhões de pessoas vêem-se confinadas a uma vida em campos de refugiados. Abrigam-se em tendas, alimentam-se da caridade e desesperam quanto ao futuro.
Neste preciso momento, um milhão de crianças sírias – metade do total dos refugiados oriundos deste país por causa do conflito armado entre soldados de al-Assad e as forças rebeldes – teve de abandonar a sua terra e muitas foram até obrigados a fugir sozinhas. Não dá para traduzir por palavras este sofrimento.
Crianças refugiadas
No final do mês de Agosto, a UNICEF e o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados contabilizaram a criança número 1 milhão a passar a fronteira. Anthony Lake, director executivo da UNICEF, disse que aquela criança não é apenas mais um número. “Trata-se de alguém com nome e com rosto que foi arrancada de sua casa, talvez até de uma família, enfrentando horrores difíceis de imaginar.” Não se sabe. Os refugiados perderam quase tudo. A começar na esperança e a acabar na dignidade de seres humanos. Fechados, quase como prisioneiros em enormes campos de tendas, dependentes da generosidade de instituições humanitárias, deixaram de ser senhores do seu próprio futuro. Muitos dos refugiados sírios são cristãos.
O alerta do Papa
Já este mês, o Papa Francisco deslocou-se propositadamente ao Centro Astalli, em Roma, uma instituição gerida pelos Jesuítas. Referindo-se ao trabalho de acolhimento do refugiado como uma “missão de toda a Igreja”, o Papa instigou os Cristãos a “praticarem a hospitalidade com generosidade e coragem”.
Acolher os refugiados, apoiar os que mais sofrem, dar voz aos que não conseguem fazer-se escutar, é também uma das missões da Fundação AIS. Em todos os países no mundo onde os Cristãos são discriminados, vítimas de perseguição, atacados, há famílias inteiras que foram forçadas a abandonar tudo para salvar a própria vida. Foi assim na Índia, no Paquistão, está a ser assim no Iraque, Irão, Nigéria, República Democrática do Congo, Sudão… A lista é quase interminável. São milhões que aos poucos foram perdendo as suas raízes, memórias, identidade. Crianças que nunca conheceram nada mais do que campos de refugiados são cidadãos de que mundo?
A nossa missão
A 20 de Junho, Dia Mundial do Refugiado, o Papa Francisco interpelou directamente a Igreja e todas as suas instituições para acolherem os refugiados. “Não podemos ser insensíveis perante as famílias e todos os nossos irmãos e irmãs refugiados: somos chamados a ajudá-los, abrindo-nos à compreensão e à hospitalidade. Que não faltem em todo o mundo pessoas e instituições que os ajudem. Nos seus rostos está impresso o rosto de Cristo!”, pediu o Papa.
Para a Ajuda à Igreja que Sofre, como sempre sublinhou o Padre Werenfried van Straaten, o seu fundador, “um desejo do Papa é uma ordem”. Todos somos poucos para acolher esta multidão de refugiados no mundo. Agora na Síria, amanhã no Iraque, depois no Sudão...
Saiba mais em www.fundacao-ais.pt
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