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Patriarca de Lisboa envia jovens para a JMJ
No Brasil, para ‘carregar’ baterias cristãs
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Poucos dias antes de partirem para o Rio de Janeiro, onde vão viver a experiência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), os jovens que vão participar neste evento mundial com o Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa receberam a bênção de Deus por intermédio do novo Patriarca, D. Manuel Clemente.

 

Na quinta-feira, 11 de julho, os 65 jovens que vão para o Rio de Janeiro em representação da Diocese de Lisboa tiveram o terceiro e último encontro de preparação para a JMJ, tendo sido surpreendidos pela visita do novo Patriarca, D. Manuel Clemente, que os convidou à realização de uma experiência de fé que continue quando regressarem ao país. “Venham mais carregados nestas baterias cristãs, na experiência de Cristo vivo em toda a parte porque depois, em Lisboa, nós precisamos dessa mesma experiência para O largar aqui, ao Cristo da vida de toda a gente”, apelou.

D. Manuel Clemente que nas últimas jornadas realizadas em Madrid marcou presença junto dos jovens portugueses, desta vez não participará e explicou porquê. “Não posso estar em todo o lado ao mesmo tempo! Quem está em todo o lado ao mesmo tempo é aquele Cristo que vos espera no Rio, sem deixar de estar em Lisboa. Não estarei presente pessoalmente, embora em espírito vos acompanhe”, garantiu. Num momento de partilha, com os jovens da Diocese de Lisboa e outros de outras dioceses que se juntaram para viver este encontro mundial, o Patriarca lembrou que já teve ocasião de participar em algumas jornadas mundiais da juventude, desde a Polónia em 1992, a Toronto, dez anos mais tarde (2002) e depois Madrid, em 2011.

 

‘Eu estarei convosco todos os dias’

Sublinhando a importância da experiência que estes jovens podem fazer num encontro com a dimensão da JMJ, D. Manuel Clemente acentuou: “O mais importante na vossa jornada é aquilo com que hão-de vir também preenchidos. Com esta presença de Cristo que em qualquer lado se encontra e em todo o lado nos surpreende com novos contornos de figuras, com novos locais para acontecer. Isto é a experiência cristã no que ela tem de mais forte. Dois mil anos depois, reconhecermos a verdade daquilo que Ele nos disse: ‘Eu estarei convosco todos os dias’, e podíamos acrescentar, em todo o lado e até ao fim do mundo, não só em termos de tempo mas em termos de espaço”, referiu.

 

Presença de Cristo

Lembrando testemunhos de outros jovens que já participaram em edições anteriores das jornadas, D. Manuel Clemente destacou o sentido de ‘Igreja’ e de ‘família’ que se vive, mesmo quando se trata da relação com desconhecidos. “Vai acontecer-vos o que já aconteceu com os que já participaram noutras Jornadas Mundiais da Juventude. Sentem-se em casa porque, rapidamente, com aquelas pessoas vocês adivinham a mesma presença. A presença de Cristo, daquele que a todos vos move e vos une. E por isso experimentam o que é a Igreja. Isso é muito importante porque depois quando voltarem às vossas comunidades, assim preenchidos, cheios e convencidos da presença do Ressuscitado em todos aqueles que se reúnem em Seu nome, também são capazes de olhar para as vossas paróquias e para os vossos grupos e ver Cristo”. “Do lado de cá ou do lado de lá do Atlântico, Cristo é sempre Ele. Ele preenche todo o espaço e todo o tempo, e nesse sentido é de uma novidade absoluta”, garantiu o Patriarca de Lisboa.

 

A aventura do Bispo

Na passada terça-feira, 16 de julho, uma parte do grupo que marcará presença no Rio de Janeiro com o Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa partiu para o Brasil para participar na Pré-Jornada, que decorre na paróquia de Teresópolis, na Diocese de Petropólis (ver pág.12). A acompanhar este grupo seguiu, também, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, que em declarações ao Jornal VOZ DA VERDADE revelou que esta “vai ser uma aventura”, porque são “as primeiras jornadas” em que participa. D. Nuno Brás refere que acompanha este grupo na Pré-Jornada “com muito gosto e muita alegria”, sublinhando que esta é uma experiência “muito importante para a fé de todos”. “Porque a fé cresce quando partilhamos e a transmitimos. Por isso penso que viremos de lá a conhecer melhor Jesus Cristo”, observa.

Porque esta é a sua primeira experiência de JMJ, o Bispo Auxiliar mais novo da diocese destaca que a “expectativa é sempre a de ajudar a todos no crescimento da fé”, contrapondo, no entanto, que essa “não é uma expectativa mas uma certeza”. Do que pode vir a ser esta experiência, D. Nuno Brás frisa que o encontro com o Santo Padre, o encontro com gente do mundo inteiro que vai invadir o Rio de Janeiro e a celebração final com o Papa vão ser momentos “entusiasmantes”.

 

Tema desafiante?

Segundo D. Nuno Brás, o tema das JMJ no Rio de Janeiro, ‘Ide e fazei discípulos por todas as nações’, é um tema desafiante para aqueles que participam, mas pode ser também um mote de vida para outros jovens. “O Senhor não nos pede que sejamos gente de há dois mil anos. Pede que sejamos gente de hoje e fez-nos nascer neste tempo para sermos Sua presença hoje. Isso significa, antes de mais nada, ser verdadeiramente cristão, ter uma intimidade orante com o Senhor, porque sem isso não há nada que se possa transmitir. Ou então transmitimo-nos a nós próprios”, observou o Bispo Auxiliar de Lisboa, em declarações ao Jornal VOZ DA VERDADE. “Há um tomar a sério, cada vez mais, as exigências da vida cristã. Procurar ser cristãos a sério, em cada momento e dia que passa, pela vida e pelas palavras, sermos capazes de anunciar Jesus Cristo com toda a ousadia e descaramento que é própria dos jovens”, acentuou.

 

Escutar

Para o diretor do Serviço da Juventude, que participa pela sexta vez em Jornadas Mundiais da Juventude, a jornada do Rio de Janeiro traz grandes expectativas. “Temos uma grande expectativa desta jornada com a novidade de um Papa novo, o Papa Francisco. Como jovens católicos estamos em comunhão com a Igreja e portanto a expectativa é de participar nesta atividade de nível mundial e escutar a mensagem que o Santo Padre tem para nós”, disse ao Jornal VOZ DA VERDADE o padre Carlos Miguel Gonçalves.

Os 65 jovens que o Serviço da Juventude do Patriarcado de Lisboa leva ao Rio de Janeiro são provenientes de diversas paróquias da diocese, sendo quatro de outras dioceses. “Como as suas dioceses não tinham organizado esta atividade para a JMJ, eles vieram ter connosco e nós acolhemo-los”, explicou.

Para este sacerdote, a presença do Bispo Auxiliar D. Nuno Brás na Pré-Jornada em Teresópolis é importante e pode ter leituras positivas no local. “É importante porque isso dará lá notícia da importância que nós atribuímos à Pré-Jornada. Uma Pré-Jornada é realizada e feita por uma diocese que acolhe outra diocese e a Diocese de Petrópolis acolhe a Diocese de Lisboa, na paróquia de Teresópolis. E o senhor D. Nuno acabará por viver muitos dos momentos que nós vamos experimentar junto daqueles jovens daquelas comunidades”, referiu. “Se enquanto jovens já levávamos a diocese connosco, assumindo esta dimensão diocesana, com um Bispo Auxiliar isso torna-se ainda mais evidente”, sublinhou.

 

Regressar transformado

Antes de partirem para a JMJ no Rio de Janeiro, os 65 jovens tiveram três encontros de preparação com objetivos bem definidos. “Foram três encontros para procurar que houvesse alguma coesão no grupo. Investimos em três áreas: o conhecimento do grupo, enquanto grupo de peregrinos, uma dimensão mais temática onde o senhor D. Nuno Brás ajudou a refletir sobre o tema da JMJ e no terceiro encontro aspetos mais práticos, logísticos e outros”, explicou.

Sobre o tema da Jornada Mundial da Juventude, que foi ainda convocada por Bento XVI, o padre Carlos Gonçalves recorda que “celebrar os sacramentos, recolher o que é o depósito da Igreja a nível doutrinal, experiencial e vivencial, e não ter medo de ser arauto de Jesus Cristo em determinados ambientes” são formas de ser discípulo e fazer discípulos. “Para se fazer discípulos, há que ser discípulo”, acentua recordando o Papa Emérito Bento XVI.

A possibilidade de participação na JMJ é, para o padre Carlos Gonçalves “um marco importante”, e deixa marcas nos jovens. “Mais do que pensamos, à partida para nós e para os outros”, refere sublinhando que não conhece jovens “que tenham regressado das JMJ e que de alguma maneira não venham transformados”.

 

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José Afonso, paróquia de Mafra

“Espero que seja um grande momento de partilha com todos os jovens portugueses, mas também com os que não são portugueses. Estou muito entusiasmado com a presença do Papa Francisco e por conhecer uma nova cultura. Na bagagem levo a experiência das jornadas de Madrid e os testemunhos das minhas irmãs, de outras jornadas anteriores, o que me motiva porque já tenho alguma coisa que me orienta de experiência de jornada.”

 

Madalena, paróquia de São João de Deus

“Espero que seja uma experiência enriquecedora enquanto cristã e católica. Que seja uma experiência para conhecer outras pessoas e outras culturas e essencialmente enriquecer a fé. Na bagagem levo muita aventura, espírito de sacrifício, que também é preciso, boa disposição e a minha pessoa. Levo-me a mim que acho que é o essencial.”

 

Nuno Fortes, paróquia de Sobral de Monte Agraço

“Espero que seja um grande encontro e estou na expectativa do encontro com o Papa Francisco. Esperamos que seja um encontro com o mundo inteiro, com milhões de jovens e onde efetivamente possamos celebrar a nossa fé e este encontro da comunhão universal sobre o amor de Jesus Cristo. Na bagagem vou levar a família comigo e uma grande esperança de ouvir o Santo Padre, de ouvir o que tem para nos dizer e estar disponível para acolher todas as palavras que ele tem para nos dirigir.”

 

Padre Carlos Gonçalves, diretor do Serviço da Juventude

“Estamos à espera que os jovens que participam na JMJ deem um sinal de esperança e de alegria para o mundo, o que não é fácil nos dias de hoje. Na bagagem levamos e trazemos a certeza de que, apesar dos problemas que há, a esperança cristã vai prevalecer.”

texto e fotos por Nuno Rosário Fernandes
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