Uma "encíclica a 4 mãos" - foi deste modo que o Papa Francisco se referiu à sua recente encíclica "Lumen fidei", pelo facto de ter começado a ser escrita pelo Papa Bento XVI e de ter sido terminada por ele próprio.
A questão da autoria é significativa: o Papa Francisco poderia, simplesmente, não ter publicado o texto recebido, e ter escrito ele sozinho, desde o início, a sua primeira encíclica; mas não: assumiu o escrito de Bento XVI como seu, e não hesitou em colocar no final a sua assinatura. Aliás esta tem sido uma das constantes no seu pontificado: se devemos reconhecer uma mudança de estilo dadas as personalidades diferentes dos dois Sucessores de Pedro, o facto é que, em termos doutrinais, o Papa Francisco tem constantemente feito referência ao seu antecessor. É verdade que o fazem todos os Papas e todos os documentos do Magistério, para afirmar a continuidade da doutrina católica; mas o Papa Francisco tem ido além de umas simples referências àquele que o antecedeu à frente da Barca de Pedro.
Mais importante, no entanto, é o conteúdo da encíclica, verdadeiro resumo daquilo que é a fé e de como ela é essencial para a salvação.
Ao longo de todos estes anos como sacerdote, tenho verificado que a grande maioria dos cristãos não é capaz de dizer o que é a fé. Habitualmente, ficamo-nos pelo "é acreditar", para já não falarmos do "é achar que" ou "é sentir que" - ou mesmo, em muitas das vezes, pelo subjetivismo do "eu cá tenho a minha fé"...
É por isso que a leitura, meditação e consideração do texto da nova encíclica é importante. É que, por muito que nos esforcemos por acreditar no conteúdo da fé cristã, se ele for apenas o fruto de uma atitude que parte de cada crente, em vez de consistir no acolhimento, por cada um de nós, da fé da Igreja (que é a fé dos Apóstolos), não passa de mais uma opinião entre muitas outras e ao lado delas. E tudo passa a ser olhado a partir da vida de cada um, sem que Jesus Cristo esteja no centro.
Mais: a fé cristã não consiste simplesmente num conjunto de verdades a serem acreditadas, mas numa atitude permanente de relação do crente com o Pai, por Jesus Cristo no Espírito Santo, em que Deus tem a iniciativa e a que o próprio Deus dá forma. É por isso que no cristianismo não basta apenas o conteúdo.
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