Lisboa |
Tomada de Posse do novo Patriarca
D. Manuel entrega-se à Igreja de Lisboa
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Foi com um sentido abraço que D. José Policarpo, Patriarca de Lisboa nos últimos 15 anos, entregou o báculo a D. Manuel Clemente, 17º Patriarca de Lisboa que tomou posse da diocese numa celebração na Sé Patriarcal, na manhã do passado sábado, 6 de junho.

 

Passavam poucos minutos das 10h30 quando D. José Policarpo e D. Manuel Clemente chegaram à Sé Patriarcal de Lisboa. O Cabido [colégio de consultores do Bispo], conduzido pelo Deão, cónego Carlos Paes, dirigiu-se à porta da Catedral para acolher o novo Patriarca, D. Manuel Clemente. O Administrador Apostólico, D. José Policarpo, apresentou então ao Deão o Patriarca Eleito. De seguida, o Deão deu a D. Manuel o crucifixo a beijar e ofereceu-lhe o hissope com o qual o Patriarca Eleito se aspergiu a si mesmo e àqueles que o rodeavam. Foi desta forma que iniciou o ritual de Tomada de Posse de D. Manuel Clemente como Patriarca de Lisboa, que decorreu integrado num tempo de oração da Liturgia das Horas, a Hora Intermédia.

 

Obediência e respeito

Após entrarem na Sé Patriarcal, D. José Policarpo e D. Manuel Clemente dirigiram-se para a Capela do Santíssimo Sacramento na qual, durante algum tempo, se detiveram em oração. Depois, dirigiram-se para a sacristia. Após o cortejo litúrgico, na chegada ao presbitério, o Patriarca Eleito tomou o lugar que lhe foi preparado e o Administrador Apostólico a Cátedra. Depois da oração de Hora Intermédia, D. José Policarpo dirigiu uma saudação ao novo Patriarca, concluindo dizendo: “Leia-se o Mandato Apostólico”. O Núncio Apostólico, D. Rino Passigato, depois de o apresentar ao Cabido e ao Chanceler, padre Jorge Dias, leu o Mandato Apostólico. A ata foi então assinada pelo Patriarca, pelo Patriarca Emérito, pelo Núncio Apostólico, pelo Deão e pelo Chanceler. O Administrador Apostólico convidou depois o novo Patriarca de Lisboa a sentar-se na Cátedra, entregando-lhe o báculo pastoral, cajado que simboliza o seu múnus de ensinar e de governar. O Deão do Cabido proferiu então uma saudação ao Patriarca Manuel III (ver caixa), após a qual alguns dos presentes se aproximaram do novo Patriarca, manifestando-lhe obediência e respeito.

 

“Que o Senhor tome conta das nossas vidas”

D. Manuel Clemente, na sua saudação, garantiu que mais do que uma “tomada de posse”, o momento representava uma “despossessão” de si mesmo. “Esta tomada de posse significa, na verdade, uma despossessão de mim próprio para que a Igreja de Lisboa tome conta de mim. Ela mesma é como sinal de Cristo a única possuidora de tudo, uma posse que significa entrega e serviço”, afirmou. “O que peço por mim e pelo clero é que seja assim, que todos nos desapossemos para que Cristo seja por nós o único sinal a apresentar ao mundo. Que o Senhor tome conta das nossas vidas”, acrescentou. D. Manuel apresentou-se ainda como “servidor” da diocese. “Queridos cónegos, estou perfeitamente em casa, no meio de vós. Contem muito convosco, contem também comigo”, declarou o novo Patriarca de Lisboa. Após um momento de silêncio, foi cantado o Te Deum, enquanto era venerada a Relíquia de São Vicente.

 

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Acompanhar o novo Patriarca

Numa saudação, o Deão do Cabido assegurou proximidade a D. Manuel Clemente. “Vossa Eminência que tão bem nos conhece, sabe que segundo a nossa tradição, continuaremos a ser um presbitério que ama os seus Patriarcas e que, como Cabido, desejamos acompanhá-lo numa liturgia que seja celebração da fé e do Evangelho, de escuta e fidelidade aos desafios que o Espírito faz à sua Igreja e de oração de discernimento dos apelos que a presente época do país faz aos seus pastores”, garantiu o cónego Carlos Paes, referindo que o Cabido recebe D. Manuel Clemente “com a convicção interior de que é um dom pascal para esta Igreja que no mesmo ciclo pascal foi agraciada com um novo Papa e um novo Patriarca!”.

Na sua saudação, o Deão não esqueceu o anterior Patriarca de Lisboa: “Conforta-nos a certeza de que temos na pessoa do nosso amado Senhor Cardeal Policarpo uma retaguarda de oração e reflexão”.

 

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“Acima de tudo está o bem comum”

No final da Tomada de Posse, o novo Patriarca de Lisboa defendeu que é preciso por um ponto final nas divergências pessoais para acabar com a crise política em Portugal. “É preciso que nenhum de nós esqueça que acima de tudo está o bem comum e que aquilo que poderiam ser divergências particulares – que teriam o seu campo e o seu direito – têm que ser ultrapassadas porque é o que interessa agora ao país”, sustentou aos jornalistas, à saída da Sé Patriarcal de Lisboa.

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Arlindo Homem e Miguel Aboim
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