Foi uma mensagem de esperança aos portugueses que o Patriarca Emérito de Lisboa deixou minutos antes de um encontro com o Presidente da República. No dia 27 de junho, a dois dias da celebração que iria assinalar a despedida de D. José Policarpo do Patriarcado, Cavaco Silva recebeu em Belém o agora Patriarca Emérito de Lisboa.

 

“A esperança é uma coisa pessoal, não é institucional. Apesar de muitos dados estarem hoje a tentar mostrar que não esperança, mas há. A esperança é um valor espiritual, não morre com as crises”, começou por dizer D. José Policarpo, à entrada para um almoço com o Presidente da República, em Belém. “Somos um povo ousado que não cruza os braços diante do sofrimento - vamos mais uma vez não cruzar os braços! E que todos tenham a coragem, quando lutam por qualquer coisa, de apresentar ao povo português as soluções que têm na manga. O que precisamos é de caminhos. Se forem novos, tanto melhor, mas que sejam caminhos objetivos e sólidos no contexto internacional, que é cada vez mais complicado", acrescentou o Patriarca Emérito de Lisboa.

Nas breves palavras aos jornalistas, D. José Policarpo fez um balanço dos 16 anos de pontificado. “A minha preocupação principal não foi de protagonismo pessoal, foi com o ministério que me foi entregue fazer crescer esta Igreja de Lisboa, que é muito bonita”, recordou, antes de se reunir com o Chefe de Estado português. “Essa preocupação não a altero neste momento, tenho é de descobrir outra maneira de servir esta Igreja onde — deve ser caso único em Portugal — eu nasci, fui batizado, descobri a vocação sacerdotal. Sempre vivi aqui, esta Igreja é a minha família”, assegurou. O Patriarca Emérito sublinhou ainda que as visitas dos Papas João Paulo II e Bento XVI a Lisboa foram alguns dos acontecimentos que mais o marcaram enquanto esteve à frente da Diocese de Lisboa.

D. José Policarpo almoçou em Belém a convite de Cavaco Silva, dois dias antes de se despedir formalmente da Diocese de Lisboa. Foram ainda convidados os dois Bispos Auxiliares de Lisboa (D. Joaquim Mendes e D. Nuno Brás), Bagão Félix, Manuel Braga da Cruz, Isabel Jonet, Guilherme d'Oliveira Martins e, ainda, a reitora da Universidade Católica Portuguesa, Maria da Glória Garcia, entre outros.