São uma congregação dedicada a acolher jovens e mulheres, com ou sem filhos, em situação de risco. A Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor tem cinco casas na Diocese de Lisboa e assinalou, no passado Domingo, os 150 anos de nascimento da Beata irmã Maria do Divino Coração.
O Lar Maria Droste, situado na Travessa da Luz, em Lisboa, acolhe cerca de 30 raparigas, com idades compreendidas entre os 9 e os 19 anos. É uma das obras da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor no Patriarcado de Lisboa e que, segundo a diretora geral da instituição, irmã Helena Moderno, quer somente fazer felizes as crianças e jovens que acolhe: “O nosso maior desejo é que elas consigam encontrar o seu caminho de felicidade. Sabemos que é difícil, tendo em conta todo o passado – e o passado acompanha-as –, mas de facto queremos que elas descubram um sentido para as suas vidas e que se sintam amadas, por Deus e pelos outros”. Esta casa da Congregação do Bom Pastor funciona desde 1928. “Acolhemos crianças e jovens vindas de famílias disfuncionais, que chegam até nós através do tribunal e das comissões de proteção de menores”. Segundo afirma esta religiosa ao Jornal VOZ DA VERDADE, as chamadas utentes da casa fazem “uma vida tão normal quanto possível”. “As nossas meninas estão nas escolas oficiais públicas, mas sempre que possível queremos que elas frequentem os cursos profissionais, que são alternativa ao ensino regular e que por não serem tão teóricos são uma possibilidade de elas saírem com uma formação especializada”, refere a irmã Helena. Além desta valência, o Lar Maria Droste tem também a residência Santa Maria Eufrásia, que acolhe cinco mães com cinco crianças: “São mães que vêm dos países de língua oficial portuguesa, cujos filhos estão doentes e que permanecem connosco até terem a alta clínica”. A diretora geral do lar assegura que o trabalho nesta casa de acolhimento nem sempre é fácil. “Por muitas ‘bofetadas’ que nos possam dar, nós continuamos a amá-las e a amá-las com um amor muito particular, que eu sinto que Deus coloca em nós!”, frisa esta irmã, que é formada em Serviço Social e que está presente há um ano e meio no Lar Maria Droste, juntamente com oito religiosas: “Algumas das irmãs trabalham diretamente com as crianças e jovens, outras estão na ‘retaguarda’ e trabalham noutros serviços desta comunidade”. No seu trabalho com as jovens, as religiosas procuram também evangelizar. “As raparigas da casa participam numa Eucaristia semanal, à quinta-feira ao final da tarde. Como ao fim-de-semana algumas delas vão a casa, procuramos envolvê-las nessa celebração semanal”. Segundo a irmã Helena, há ainda crianças e jovens da casa que se preparam para a Primeira Comunhão ou para o Batismo. Tornar presente a misericórdia de Deus O Lar Maria Droste é uma das obras da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor. Fundada em 1835, por Santa Maria Eufrásia, esta congregação conhecida por Congregação do Bom Pastor quer tornar presente a misericórdia de Deus. “O nosso carisma é ser testemunho da misericórdia de Jesus Bom Pastor. Em cada casa da congregação por onde tenho passado, sinto que Deus nos faz sentir um amor muito particular por cada pessoa, sobretudo pelos mais pobres ou por aqueles que estão em maiores dificuldades. Seja uma mulher, uma jovem, uma criança…”, destaca a irmã Helena Moderno, que é natural da freguesia da Ilha, Pombal. A história desta congregação feminina começa quando a fundadora, então com 18 anos, entra, a 20 de outubro de 1814, na Ordem de Nossa Senhora da Caridade. “A obra iniciada por São João Eudes apoiava jovens e mulheres em dificuldade. Era uma congregação de origem francesa, em que o fundador, ao fazer pregações e confissões, notava que havia muitas jovens que queriam mudar de vida, mas que não tinham alternativa. Ao longo dos anos, Santa Maria Eufrásia tornou presente, junto de jovens e mulheres, a misericórdia de Deus que acolhe e acarinha todos, especialmente os mais carentes e feridos pela sociedade, imitando, tanto quanto possível, a ardente caridade dos corações de Jesus e Maria”, refere a irmã Helena. A religiosa francesa (1796-1868) desejava, na época, que o mundo inteiro beneficiasse desta obra e propõe às irmãs e coordenadoras da Ordem que os mosteiros, até então autónomos, funcionassem em parceria, partilhando recursos humanos e financeiros. O seu desejo não foi aceite e Santa Maria Eufrásia fundou uma nova congregação, a Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor. “A nossa fundadora trouxe toda a riqueza do carisma, espiritualidade e missão da Ordem de Nossa Senhora da Caridade para a congregação que fundou em 1835”, assegura a irmã Helena, sublinhando a missão desta congregação que está presente em mais de 70 países, incluindo Portugal onde chegou em 1881. “Somos uma congregação dedicada, sobretudo, a jovens e mulheres. Ajudamos as mães para que elas cuidem dos filhos! Quando estamos presentes nos bairros, procuramos ajudar as famílias. É um trabalho de prevenção”. A irmã Helena Moderno, que fez os votos definitivos em 1996, sublinha que esta é uma congregação onde as religiosas têm a particularidade de fazer quatro votos: “Pobreza, castidade, obediência e zelo”. A Beata irmã Maria do Divino Coração A Congregação do Bom Pastor esteve, por estes dias, em festa, com a celebração dos 150 anos do nascimento da Beata irmã Maria do Divino Coração. A congregação peregrinou, no passado Domingo, 9 de junho, ao Santuário de Cristo Rei, em Almada, num momento que “reforçou os laços da congregação”, segundo a irmã Helena. “A congregação está muito ligada ao Coração de Jesus! É também no Santuário de Cristo Rei que está uma relíquia da Beata Maria e outra de São João Eudes”. De nacionalidade alemã, foi em Portugal, no Recolhimento do Bom Pastor, em Paranhos, Porto, que a irmã Maria do Divino Coração viveu a etapa decisiva da sua vida. “A Bem-aventurada Maria do Divino Coração, condessa Droste zu Vischering, nasceu em Münster, na Alemanha, a 8 de setembro de 1863. Formada no culto da virtude e no amor à Santa Igreja, sentiu-se chamada à vida de consagração total a Deus no apostolado. Aos 25 anos entrou para a Congregação do Bom Pastor. Enviada para Portugal em 1894 e nomeada superiora da Casa do Bom Pastor no Porto, foi incrível a atividade que desenvolveu, oferecendo a sua vida a bem das pessoas, inclusive pela santificação dos sacerdotes, no meio de uma dolorosíssima doença. Sofrendo alegre, vivia só para Deus e para os irmãos”, salienta uma nota da congregação. Foi a partir de Portugal que a irmã Maria do Divino Coração moveu o Papa Leão XIII a realizar “o ato mais grandioso” do seu longo Pontificado, como o próprio declarou: a consagração do género humano ao Sagrado Coração de Jesus, ocorrida em 11 de junho de 1899. A religiosa de origem alemã teve conhecimento da aprovação do Papa ao seu pedido, mas faleceu três dias antes da sua concretização, a 8 de junho de 1899. A diretora geral do Lar Maria Droste, irmã Helena Moderno, lembra a atualidade e o exemplo desta religiosa da sua congregação. “O que mais me toca na irmã Maria é o zelo que ela tinha pelas jovens! Ela sabia que havia muitas jovens que estavam em perigo e tinha esse desejo de acolher mais. Depois, sinto-me também marcada pela criatividade da irmã Maria do Divino Coração. Naquela altura não havia o apoio dos serviços sociais, pelo que as casas tinham de ser autónomas para se sustentarem e não era fácil porque os apoios eram escassos”. A irmã Helena sublinha também “a disponibilidade e a capacidade de escuta” da religiosa alemã: “Na Igreja, hoje, seria uma grande missão ter tempo para parar e estar com as pessoas. Acredito que esta atitude pode ser um grande meio de evangelização”. _____________![]() |
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