Pela primeira vez, a Solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo vai ser celebrada em Portugal a um Domingo. Contudo, tal facto, longe de nos retirar o alento, só nos deve ajudar a uma verdadeira paragem orante, e a participar publicamente nalguma das Procissões do Corpo de Deus que têm lugar um pouco por toda a nossa Diocese, mas que encontram o seu momento alto na Procissão que, saindo da Sé, percorre algumas das ruas da nossa capital.
O cristianismo não é, apenas, uma atitude de fé própria do mais íntimo do ser humano. Ao contrário do que muitos defendem (particularmente os não-cristãos), o cristianismo não é simplesmente uma questão de consciência privada. Certamente: ninguém se pode substituir a ninguém no ato de fé. Mas nenhum cristão pode, também, considerar-se tal e guardar no segredo do seu íntimo a sua relação com Deus.
Quando Deus se fez Homem em Jesus de Nazaré foi porque se quis manifestar, aparecer não apenas a alguns (mais ou menos bem comportados), mas a todos. E, do mesmo modo que O vemos retirar-Se para estar em silêncio junto do Pai, também O vemos, sem hesitações, a percorrer as ruas de cidades e aldeias, a entrar na casa de pecadores, a pregar em voz alta, a tomar atitudes de salvação, a participar em banquetes e festas.
Fosse Deus apenas do silêncio e do escondimento, e nunca teria morrido na cruz, diante de todos. Mas também nunca nos teria salvo, visto que o ser humano não é apenas interioridade espiritual. Pelo contrário, Deus quis estar presente, publicamente, provocadoramente, de modo que ninguém Lhe ficasse indiferente e, de um modo ou de outro, todos se vissem confrontados com a necessidade de, perante Ele, assumirem uma decisão.
O mesmo Jesus de Nazaré que não hesitou em entrar com multidões atrás de Si em tantas aldeias e cidades da Galileia, não hesita também hoje em sair dos muros das igrejas e fazer-se ver, mostrar-se a todos, convidando-os a um encontro e, sobretudo, ao testemunho de vida. No fundo, a Procissão do Corpo de Deus convida-nos a todos nós, cristãos, membros do Corpo de Cristo que é a Igreja, a sermos cada vez mais a presença de Deus no meio da cidade dos homens. Sem vergonha e sem medo, convidando a todos a deixar-se encontrar pelo Salvador.
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