O regime é controlado com mão de ferro pelos líderes islâmicos e o país tornou-se num dos locais mais perigosos no mundo para os cristãos. No entanto, as notícias que nos chegam de lá falam-nos de uma fé que cresce, de comunidades que resistem, de homens e mulheres que não têm medo. E que são, por isso, exemplo para todos nós.
O Irão é hoje um dos países onde os cristãos têm mais dificuldade em afirmar a sua fé, representando apenas pouco mais de 1% de toda a população. Desde 1979, com a queda da dinastia Pahlezi, que o Irão se tornou numa república islâmica, dominada pelos líderes religiosos xiitas que controlam todo o poder. Em resultado disso, embora se reconheçam constitucionalmente direitos políticos e de expressão, as minorias religiosas são discriminadas e é possível falar-se em cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. Evangelização em risco Efectivamente, as palavras inscritas na constituição são como que letra morta no dia-a-dia dos iranianos. E isso é particularmente verdade para com os cristãos e todas as restantes minorias religiosas. No Irão vive-se um verdadeiro sufoco. A evangelização está altamente comprometida e todos os que se convertem ao Cristianismo são tratados pelo regime como se pertencessem a uma comunidade religiosa não reconhecida. Assumir a fé cristã traz dissabores e discriminações generalizadas no mundo laboral e até ao nível jurídico. Viver a fé clandestinamente O pior é que a fé só pode ser vivida de forma oculta, tal é a vigilância que as autoridades exercem sobre os cristãos. Nos últimos dias, a agência cristã Mohabit divulgou a notícia de que o Governo iraniano está a lançar uma nova ofensiva sobre aquilo que o regime chama de “igrejas domésticas”. Trata-se de uma linguagem própria para referir os pequenos grupos de cristãos, recém-convertidos, que são obrigados a reunir-se em casas particulares e em encontros clandestinos, pois os locais de culto permitidos oficialmente estão sob vigilância permanente. Igrejas domésticas O mesmo foi referido por um jornal do regime, o Khorasan, que dá voz ao chefe da Polícia da Província de Khorasa-Ravi. Diz este dirigente que as autoridades estão atentas a “grupos de pessoas que haviam formado uma rede de igrejas domésticas em Mashad”, e que seriam perseguidas. O crime? Estarem envolvidas na “promoção de superstições e crenças corrompidas, em encontros nocturnos”. O chamado Cristianismo “selvagem”, como as autoridades classificam a prática religiosa por todos os que não estão “catalogados” pelo regime é, a cada dia que passa, um sinal evidente da vitalidade da fé cristã no Irão. Exemplo de fé A Fundação AIS apoia esta Igreja escondida, que não desiste apesar das amarras, das perseguições e das ameaças. Os cristãos iranianos são hoje um exemplo para o mundo. As autoridades perseguem-nos, intimidam-nos, mas eles resistem ao medo. Desde 2010, mais de 250 cristãos foram presos arbitrariamente. No entanto, mesmo clandestinamente, continuam a encontrar-se, a frequentar aulas de catequese, a rezar em conjunto, a distribuir literatura religiosa. Eles atrevem-se. Não têm medo. E a nós só pedem orações. Nada mais.Saiba mais em www.fundacao-ais.pt
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