“Avé Maria, cheia de graça…” Na Diocese de Lodwar, no Quénia, desde que a Igreja passou a ter uma rádio para difundir a Palavra de Deus, praticamente todos os dias as aldeias se juntam para a oração do Terço.
O céu escurece em tons que fazem sobressair o azul, que se vai tingindo de farrapos de vermelho, como se o sol, que se esconde ao longe, largasse um manto sobre a terra cobrindo-a de calor mesmo durante a noite. O Padre Avelino Bassols, da comunidade missionária São Paulo Apóstolo, já viu milhares de vezes aquela opulência de cores e cheiros, já sentiu o ar forte, quente, a rara brisa e, mesmo assim, sabe que cada entardecer é como se fosse o primeiro, como se fosse único. Em África é assim. A natureza impera e a própria vastidão da paisagem menoriza-nos, reduz-nos à nossa mera insignificância, humaniza-nos. O Padre Avelino sabe bem o que é a distância dos lugares por ali, em África. Cada aldeia, às vezes apenas três ou quatro palhotas escondidas em zonas onde a vegetação é menos exuberante, pode ficar quase a um dia de viagem. O contacto com as pessoas é difícil e extenuante. Rezar o Terço ao entardecer A Diocese de Lodwar é quase um mundo. Apesar de todos verem o mesmo pôr-do-sol e de reconhecerem as mesmas estrelas no céu, dificilmente alguém atravessa Lodwar de uma ponta à outra no mesmo dia. A diocese tem praticamente o tamanho da Irlanda e uma população de quase 900 mil pessoas. Ao todo, há apenas vinte e cinco paróquias. São enormes mas estão apenas salpicadas, aqui e além, de pequenos aglomerados de pessoas. Chegar a todas as aldeias é um drama maior. Para se ultrapassar o problema, a Igreja investiu numa rádio. Ninguém poderia supor o rápido sucesso de tal empreendimento. Mas a verdade é que a Rádio Akicha, que significa Luz, foi adoptada praticamente por todos e hoje ninguém se surpreende se, ao entardecer, numa qualquer pequena aldeia na Diocese de Lodwar, no Quénia, todos estiverem reunidos em redor de um pequeno rádio a rezar o Terço, a implorar a protecção a Nossa Senhora. Parece estranho? A magia da rádio Hoje, quem viajar pelas estradas empoeiradas do Quénia, longuíssimas, às vezes parecendo apenas uma linha que se estreita no horizonte até desaparecer, poderá ainda ouvir a voz rouca de Meryl Streep a ler as primeiras linhas do diário da baronesa Karen von Blixen, em África Minha – “I had a farm in Africa at the foot of the Ngong Hills…”. Há uma magia no cinema que torna isso possível. O mesmo se passa com a rádio. Uma simples telefonia desperta a imaginação, faz rir e chorar, contagia qualquer pessoa.Saiba mais em www.fundacao-ais.pt
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