É óbvio que um novo estilo entrou no Vaticano com a eleição do Papa Francisco. É o estilo próprio de um pastor, que vem de longe, escolhido para suceder ao Apóstolo Pedro. Não é um estilo vazio, simplista, para quem tudo é igual a tudo, e tanto faz escolher o bem e o mal ou, até, não escolher nada.
Muitos têm sido os comentadores que sublinham a diferença deste novo estilo, sobretudo a partir de pequenas coisas: o Papa Francisco foi à Casa do Clero, onde se tinha hospedado, retirou os seus haveres e pagou a conta; mas Bento XVI, no dia seguinte à sua eleição, também foi, sem qualquer aviso prévio, ao apartamento que ocupava em Roma para dali recolher os seus pertences; o Papa Francisco deu uma audiência à Comunicação Social, mas do mesmo modo fez Bento XVI; o Papa Francisco usou um veículo descoberto para entrar na Praça de S. Pedro, o mesmo que o Papa Bento XVI usou, e que só abandonou quando um homem, eludindo a segurança, pôs a sua vida em perigo… Enfim, muitos outros paralelos (mesmo no conteúdo das homilias e discursos) poderíamos encontrar entre o ministério dos dois Papas, e que mais afirmam a continuidade que a rutura.
É claro que, entre as muitas diferenças que existem, uma sobressai: o Papa Bento XVI nunca teve a benevolência dos Meios de Comunicação. Mesmo agora, quando o Papa Francisco se lhe refere, como aconteceu no encontro com os Cardeais (“Dirijo uma saudação cheia de afeto e profunda gratidão ao meu venerado Predecessor Bento XVI que, durante estes anos de Pontificado, enriqueceu e revigorou a Igreja com o seu magistério, a sua bondade, a sua orientação, a sua fé, a sua humildade e a sua mansidão. Estas continuarão a ser um património espiritual para todos”), nada disso transparece nas notícias ou nos comentários.
É por isso que creio andarem enganados todos aqueles que traçam um antes e um depois da eleição do Papa Francisco, ou que julgam que, para ele, tudo lhe será indiferente.
Até agora, os comentadores têm sublinhado apenas a primeira parte do lema que o Santo Padre já tinha assumido como Bispo e que desejou manter no exercício do ministério de Pedro: “Miserando atque eligendo" (com misericórdia, escolheu). A misericórdia não significa indiferença; traz antes consigo uma escolha – a escolha de Deus e por Deus.
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