Não deixa de ser interessante – notava alguém há dias – que apenas aqueles que se tornam cristãos em adultos sejam chamados “convertidos”. Para os outros, para aqueles que são cristãos desde crianças, para esses parece que a conversão é uma palavra que não consta do seu (do nosso) dicionário.
E, no entanto, a atitude de conversão, de mudança de vida interior e de gestos exteriores é algo a que o Senhor Jesus sempre convidou. Com efeito, a conversão e o acolhimento do Reino que se tornou presente na Sua própria pessoa eram os dois grandes elementos da Sua pregação e, desde o início, os dois grandes pilares de uma qualquer vida cristã.
O cristão é pois alguém que nunca se encontra satisfeito com os passos que já percorreu. Não por insegurança própria ou por medo inculcado mas porque, diante de Deus, percebemos sempre a distância que nos separa da meta. Por isso, a vida cristã é sempre um peregrinar, não apenas com as nossas forças humanas, mas na abertura à graça de Deus, à ação que Deus realiza em nós. Deus peregrina, caminha ao nosso lado e connosco, e isso ajuda-nos, impede-nos de desistir, ao mesmo tempo que nos dá forças, alento, para o caminho.
Conversão significa que deixamos o que somos, o que pensamos, o que queremos, a fim de nos voltarmos para aquilo que Deus quer, que Deus pensa, e a que Deus nos chama. Por isso é algo que nunca está plenamente realizado nesta terra: somos sempre peregrinos de Deus, peregrinos do Céu.
A Quaresma é, em particular, tempo de conversão. Para aqueles que não sendo ainda batizados se preparam mais proximamente para receberem a graça da vida nova. E para os que sendo já batizados percebem o quanto na sua vida humana e cristã ainda está por realizar, por mudar.
Mas não basta apenas a conversão individual. É igualmente necessária a conversão das próprias comunidades. Também elas necessitam de se aproximar, cada vez mais, de Deus.
O momento que todos vivemos de espera do novo Papa e todo o barulho mediático feito à volta da sua eleição podem distrair-nos desta realidade essencial. E, no entanto, se virmos bem, este é, também por isso, um verdadeiro momento de graça, em que cada cristão não pode deixar de sentir mais forte o apelo do Senhor Jesus a identificar-se cada vez melhor com Ele. A nossa disponibilidade à mudança concreta de atitudes de vida; o desejo de abandonarmos o pecado e de abraçarmos a vida que Deus nos oferece não podem deixar de ser, também eles, oração pela Igreja e pelo novo Sucessor de Pedro.
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