Lisboa |
Paróquia de Agualva recebe Visita Pastoral
Mostrar a realidade de Deus em cada homem
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É uma paróquia que engloba gente de praticamente todos os continentes. Na Agualva, a presença da Igreja é feita pela caridade, mas também indo ao encontro das famílias e dos jovens.

 

O Cardeal-Patriarca de Lisboa pediu aos jovens das paróquias de Agualva, Mira-Sintra e Cacém para darem a conhecer Cristo a outros jovens como eles. Para D. José Policarpo, basta por vezes um testemunho ou uma palavra para evangelizar. Aproveitando que os jovens católicos destas três paróquias da Vigararia de Sintra não encheram o auditório para o encontro inserido na Visita Pastoral à Agualva, o Patriarca de Lisboa desafiou a juventude. “Há aqui algo que nos desafia, que é o apostolado, a missão! Há muita gente que anda à procura de algo e, muitas vezes, basta um testemunho, um exemplo, uma palavra para começarem a caminhar connosco, em Igreja! Sejam apóstolos!”, apelou.

Antes das palavras de D. José Policarpo, cada um dos grupos presente neste encontro fez a sua apresentação. “Quase todos disseram que este ano estão a centrar os encontros no Ano da Fé. Uma das coisas que o Santo Padre aconselhou para este Ano da Fé é rezar o Credo individualmente. E como começa o Credo? ‘Creio em um só Deus…’. É a base de tudo!”, frisou. Falando das pessoas que “se afirmam católicas” mas que “vivem como se Ele não existisse”, o Cardeal-Patriarca lembrou que Cristo “transforma a vida das pessoas” e deu o seu exemplo: “Quando eu tinha os meus 17, 18, 19 anos andei muito à procura de Deus! Como sempre tive a ‘mania’ da intelectualidade, nessa altura andava muito entusiasmado com os filósofos e a minha primeira caminhada foi tentar perceber e mostrar a mim mesmo que Deus existia! Percebi que Deus se encontra, não se conclui; e eu estava à procura de uma conclusão lógica… É Ele que decide a maneira como nos quer encontrar. Uma coisa é certa: quando Ele nos encontra, muda completamente a nossa vida”. Na tarde do passado sábado, dia 1 de Dezembro, o Patriarca de Lisboa assegurou aos jovens que “não há outro sítio onde se possa encontrar o rosto de Cristo que não na Igreja”.

 

Jovens à conversa

Ao longo de praticamente uma hora, os jovens das paróquias de Agualva, mas também de Mira-Sintra e Cacém, escutaram as palavras de D. José Policarpo e tiveram oportunidade de colocar perguntas ao Patriarca de Lisboa. ‘A que grupos pertenceu quando era jovem?’, questionava um. “Repara, estamos a falar de finais da década de 30, inícios de 40, em que a fisionomia da Igreja era diferente do que é hoje. Pertenci a um grupo da Acção Católica dos adolescentes, chamava-se Pré-JAC. Pertenci também à Cruzada Eucarística e ao Apostolado da Oração, e depois entrei para o seminário”, respondia D. José Policarpo. ‘E com que idade entrou no seminário? Teve sempre a certeza de querer ser padre ou teve muitas dúvidas?’, indagava uma outra jovem. “Entrei para o Seminário Menor com 12 anos. Tinha esse desejo e queria ser como o prior da minha aldeia. Mas foi uma longa caminhada, onde andei sempre à procura!”, contou o Patriarca de Lisboa. ‘Olhando para os jovens de hoje em dia, acha que a temática da vocação está a tornar-se tabu?’, perguntava outra. “Quando falamos de vocação, não estamos só a falar de vocação para o sacerdócio, para o convento. A vocação é uma escolha de vida! Para um cristão, ela tem que ser uma escolha de realização da sua fé cristã e do seu serviço à Igreja. O Matrimónio é uma vocação e muitos não têm consciência de que é uma escolha de realização da vida no amor. Mas tens razão: penso que o problema da escolha vocacional se relativizou. Continuo a acreditar que a primeira escolha não é nossa, é d’Ele! Por isso digo, a primeira coisa a fazer é escutar”, garantiu D. José Policarpo, na conversa com os jovens das paróquias de Agualva, Mira-Sintra e Cacém.

 

Uma verdadeira ‘sociedade das nações’

O diácono José Manuel da Silva está presente em Agualva, Sintra, desde 1977. “Somos uma paróquia que reúne gente de todos os pontos do país e do mundo! Temos africanos, muçulmanos – com uma grande comunidade –, brasileiros, ciganos e, claro, portugueses! Nos últimos tempos, tem surgido muita gente de leste”. Nestes 35 anos contactou com muitas pessoas, muitos problemas e conhece como poucos a realidade social desta zona da Diocese de Lisboa. Os números dizem que esta freguesia do concelho de Sintra tem cerca de 40 mil habitantes. “Temos muita gente do norte do país, algumas ainda do Algarve. Isto é um pouco um dormitório, porque as pessoas vinham de vários pontos do país para trabalhar em Lisboa e nos arredores e precisavam de um sítio para dormir. Em Agualva, fábricas há poucas, assim como pontos de trabalho”, destaca este diácono permanente ao Jornal VOZ DA VERDADE.

 

Nova igreja

Sendo a terceira maior freguesia de Sintra – logo após Algueirão-Mem Martins e Rio de Mouro – Agualva tinha, até há 30 anos atrás, apenas uma pequena capela para servir a comunidade cristã: a capela de Nossa Senhora da Consolação, situada na parte sul da Agualva. “Desde antes dos anos 80 que havia nas pessoas o desejo de construção de uma igreja nova! A capela leva apenas cerca de 100 pessoas e, naquele tempo, o adro ficava completamente cheio de gente que queria participar na celebração”, recorda o diácono José. A comunidade cristã organizou-se, com o desejo de construir o novo templo. “Foi um povo extraordinário, dando tudo o que era possível! Começámos a organizar-nos de maneira muito séria e a verdade é que conseguimos dedicar e inaugurar a nova igreja em 1982, juntamente com o salão paroquial”, acrescenta.

Esta foi a primeira fase do novo complexo, “que envolveu muito dinheiro e muito trabalho”. As obras, contudo, não ficaram por aqui. “As salas de catequese e as restantes divisões de apoio foram construídas uns anos depois, em 1998. A terceira e última fase, com que se encerraram as obras do complexo paroquial de Agualva, terminaram em 2004, com a construção da torre da igreja”.

O diácono José não esquece por isso o papel que a comunidade cristã desempenhou em todas as fases de construção. “Tivemos comparticipação estatal, mas foi com a dedicação das pessoas que construímos este templo, que nos dá hoje a satisfação de podermos estar a trabalhar nestas óptimas condições”, assegura o diácono José Manuel.

 

Missão claretiana em Agualva

A paróquia de Nossa Senhora da Consolação de Agualva está confiada aos Padres Claretianos desde há muitos anos. Só o padre Amândio Antunes, de 76 anos, está presente nesta paróquia da Vigararia de Sintra há cerca de 30 anos! “O padre Antunes deu tudo por esta Igreja! Deu tudo o que tinha como homem e como sacerdote! Eu cheguei a vê-lo aqui a fazer obras, de carpinteiro, de pedreiro, agarrado a um martelo pneumático para partir uma parede e abrir uma porta”, conta este diácono permanente da Agualva.

Depois da ordenação, em Julho de 2011, o diácono José Silva foi nomeado pelo Cardeal-Patriarca de Lisboa para servir a paróquia de Agualva. E desde então a sua prioridade têm sido as famílias. “A minha proposta como diácono foi entrar numa pastoral mais a nível familiar. As famílias, após o casamento, estão muito dispersas. É preciso ir ao encontro dos noivos! Há uma necessidade constante, ainda hoje, de após o sacramento do Matrimónio ir falar com esses jovens!”, assegura.

A preparação dos baptismos tem sido também um desafio. “A preparação para o sacramento do Baptismo era feita na paróquia mas não tinha um conteúdo que fosse capaz, numa realidade actual. Neste momento estamos a fazer dois encontros de preparação, em que é colocada uma realidade e uma vivência que mostra que o Baptismo é o primeiro sacramento da iniciação cristã e que por isso tem de ter uma realidade na vida das pessoas!”, refere este diácono, de 58 anos, assegurando que esta nova metodologia “está a dar frutos”. “O importante é mostrar a realidade de Deus em cada homem”, frisa o diácono José Manuel da Silva.

 

Carências e respostas

A realidade social não consegue esconder as cada vez maiores carências da população. “Temos cada vez mais pedidos de ajuda. Em especial de estrangeiros, que não têm vergonha de pedir apoio. Na paróquia contamos com a Cáritas Paroquial, que tem o apoio do Banco Alimentar e que auxilia actualmente por volta de 70 famílias! Infelizmente, a lista de espera para receber ajuda é também enorme. Dói o coração ver tanta carência…”, lamenta este responsável. “Os Vicentinos fazem também um acompanhamento muito directo às famílias e são cerca de 60, 70 os agregados que são ajudados nos dias de hoje, em especial com a distribuição de alimentos”.

Ainda na área da caridade, a paróquia tem um centro social, com duas valências vocacionada apenas para as crianças: o jardim infantil e o ATL.

É porventura um número surpreendente: “Na Agualva temos este ano 980 crianças na catequese! É um número mesmo muito bom!”, observa o diácono desta paróquia. Para os 10 volumes, a paróquia de Nossa Senhora da Consolação de Agualva conta com cerca de cinquenta catequistas.

Após o 10º volume, o grupo de jovens da paróquia divide-se em três grupos: fé, esperança e caridade. Esta nova orientação tem um princípio muito específico. “O objectivo é que eles possam progredir um pouco mais na vida”, destaca o diácono José Silva.

 

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Bispo Auxiliar visita externato

No passado dia 28 de Novembro, no âmbito da Visita Pastoral à paróquia de Agualva, o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Nuno Brás visitou o Externato Nossa Senhora da Apresentação. De manhã, o pároco, padre Antunes, juntamente com a directora da instituição, irmã Olívia Pereira Rego, e com os alunos do ensino pré-escolar, receberam o Bispo Auxiliar com muita animação, saudando-o com dois cânticos: ‘Esta Luz pequenina’ e ‘Guiados pela mão’.

D. Nuno Brás passou o dia no externato, onde celebrou a Eucaristia com os alunos do 1º Ciclo, tendo depois almoçado com a comunidade religiosa e alguns convidados. Conheceu ainda as instalações, passando por todas as salas de aula, onde foi recebido com cânticos e poemas elaborados pelos alunos.

 

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Encerramento da Visita Pastoral enche igreja

Foi com uma igreja completamente cheia que no passado Domingo, dia 2 de Dezembro, D. Nuno Brás, Bispo Auxiliar de Lisboa, celebrou a Eucaristia de encerramento da Visita Pastoral à paróquia de Agualva. Seguiu-se um almoço com todo o Conselho Pastoral, com o pároco a oferecer a D. Nuno Brás uma medalha comemorativa da inauguração da igreja de Santa Maria.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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