O Concílio Vaticano II nunca foi completamente posto de lado. Os Papas – todos – fizeram da sua aplicação uma tarefa que pendia sobre os seus ombros. E nunca se cansaram de lhe fazer referências e de o tomar como fonte inspiradora da sua ação. E a Igreja, em praticamente todas as comunidades, (basta ver, por exemplo, a vitalidade de tantos grupos bíblicos) foi colocando em prática os seus ensinamentos, ora com mais ousadia, ora com mais prudência. O facto é que hoje ninguém pensa em regressar ao pré-Concílio – nem tal seria possível ou desejável.
É certo que muitos houve que, reclamando-se particularmente do Concílio acima de todos os outros, sem que para tal tivessem qualquer pergaminho e, sobretudo, ministério eclesial que a isso os habilitasse, fizeram valer a sua interpretação e vivência, que diziam ser conciliar mas que, afinal, mais não passava da sua leitura muito subjetiva do Concílio: entusiasmos e ideias feitas, preconceitos, mesmo que animados de generosidade e boa vontade, mas que não hesitavam em classificar como “tridentino” quem ousasse discordar das suas opiniões.
Todos, afinal, se reclamam do Concílio. Mesmo que as suas posições não sejam, absolutamente, coincidentes.
É por isso que vale a pena, 50 anos depois, retomar e reler o Concílio. Trata-se de perceber que o Vaticano II não é uma ideia abstrata, e (muito menos) uma mera questão de gosto ou de moda. Os trabalhos do Concílio, a reforma na continuidade que ele quis imprimir na vida da Igreja, encontram-se bem expressas (foram trabalho de 5 anos) em cada documento e em todos os documentos conciliares.
Aliás, não deixam de ser surpreendente os resultados das votações finais. Neles percebe-se uma “unanimidade moral”, rara de conseguir, e que não é fruto de “cedências políticas” mas antes da procura comum da verdade e, sobretudo, do acolhimento na fé da Palavra de Deus que é Cristo. Verdadeiramente, esse reconhecimento de todos os bispos do mundo inteiro nos diferentes documentos aprovados e promulgados pelo Santo Padre Paulo VI só pode ser fruto da ação do Espírito que, hoje como ontem, continua a conduzir a Igreja.
É por isso que retomar o Concílio significa, de facto, olhar a realidade da Igreja e do mundo à luz de todos esses documentos. E, se é certo que a sua leitura não deixa por vezes de ser difícil, isso só nos deve entusiasmar ainda mais para, não só individualmente como em pequenas comunidades e grupos, meditar e aprofundar este caminho seguro para encontrarmos Jesus que, desse modo, vem até nós.
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