Raquel Bastardo tem 30 anos. Ser leiga missionária nunca foi um sonho de infância. No entanto, a vida foi-lhe apresentando pessoas, histórias e vidas que a foram conduzindo até à Missão. Hoje, trabalha empenhadamente para que as comunidades dos países em desenvolvimento possam viver com a dignidade a que o Evangelho apela.
A adolescência e o início de um caminho Raquel nasceu em Lisboa, no dia 6 de Agosto de 1982. Filha de pai médico e mãe enfermeira, viveu e cresceu no Monte Abraão, concelho de Sintra, juntamente com as duas irmãs. Com 15 anos começa a frequentar aulas de música, que lhe trazem um forte enriquecimento cultural, e, anos mais tarde, conclui o 5º grau do curso oficial de Piano. Um ano depois de ter iniciado o seu percurso na música, Raquel faz o Crisma e é aí que percebe que “este momento significava o início de uma caminhada cristã de aprofundamento da fé e não apenas o fim do período de catequese”. Em 2005 conclui a licenciatura em Biologia Aplicada aos Recursos Animais Terrestres e, dois mais tarde, especializa-se em Ciências e Tecnologias do Ambiente, onde começa a tomar contacto com os conceitos de desenvolvimento, sustentabilidade, globalização, hoje transversais a qualquer área e fundamentais no trabalho que desenvolve. Crisma: uma ponte para a missão É depois do Crisma que Raquel começa a encontrar no carisma missionário o caminho a trilhar. O testemunho dos catequistas fizeram-na entrar nos Jovens Sem Fronteiras (JSF), movimento ligado aos Missionários Espiritanos. E é neste Movimento, onde permaneceu mais de 10 anos, que descobre a Missão e que se define naquilo que é e faz. A primeira experiência missionária foi vivida em 2001, no Alentejo. Recorda que foi nessa altura que “descobri que somos capazes de muito mais do que julgaríamos, se estivermos abertos e dispostos a dar-nos e a pôr-nos ao serviço”. E é de serviço e entrega que faz a sua vida! Os JSF deram-lhe a oportunidade de participar em mais duas Semanas Missionárias, onde, no trabalho com os idosos, descobriu a riqueza que as pessoas mais velhas transportam e a importância de ser presença e estar presente. Em 2002 ruma até Taizé, onde vive uma intensa semana de descobertas: de Deus, da fé que a habita, de si própria, de pessoas e de realidades. Uma Ponte para Angola Depois de ter adiado por diversas vezes a partida numa missão ad gentes, em 2008, Raquel sente que é o momento e parte para Angola, juntamente com outros 15 jovens, no projecto Ponte, dos JSF. À chegada, apercebeu-se de imediato dos contrastes que se vivem no país e da dificuldade que seria viver nesse contexto. No entanto, a simplicidade e a generosidade de quem a acolheu facilitaram todo o processo de integração na comunidade. Recorda que “foi um mês intenso, em que descobri a felicidade das coisas simples”. E do serviço… “Relembrei-me, mais uma vez, de como somos capazes de muito mais, quando simplesmente nos conseguirmos colocar ao serviço do outro.” De regresso a Portugal, ao serviço da Missão Depois de um mês vivido em Angola, Raquel percebe que o mais importante num projeto de voluntariado de apenas um mês é o regresso. É o testemunho de alguém que regressa de um local com “realidades tão diferentes daquela que confortavelmente vivemos no dia-a-dia, o tentar mostrar que a realidade em muitos locais do globo ainda é, infelizmente, a da pobreza extrema e a falta de condições básicas e dignas de vida”. Em 2009, aceita o desafio de trabalhar a tempo inteiro na Sol Sem Fronteiras (Solsef), ONGD fundada pelos JSF e, desde essa altura, ocupa o cargo de Assistente de Direcção. Raquel já conhecia a organização e as actividades desenvolvidas, no entanto não tinha qualquer formação na área da cooperação para o desenvolvimento. Decidida a colocar-se ao serviço e a pôr a render a experiência vivida em Angola, participa em diversas acções de formação, de forma a adquirir competências para desempenhar bem as suas novas funções na Solsef. Hoje, Raquel é o rosto da organização nos diferentes espaços em que esta está representada. No dia-a-dia, para além das tarefas administrativas, acompanha alguns projectos de desenvolvimento, dá apoio logístico aos projectos Ponte dos JSF, aos voluntários do Voluntariado Espiritano e acompanha ainda os projectos de Educação para o Desenvolvimento em curso. No entanto, tem a profunda convicção que a sua colaboração na Solsef é muito mais do que um emprego: “é abraçar a causa da solidariedade e desenvolvimento dos que têm menos oportunidades. Neste sentido, é, sem dúvida, o continuar da missão do projecto Ponte, não ‘no terreno’, mas ‘em casa’ - continuar a dar testemunho e a sensibilizar para as questões do desenvolvimento e solidariedade.”![]() |
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